Vista do Morro do Papagaio em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil (Thinkstock/Thinkstock)
Luiza Calegari
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 10h32.
Última atualização em 23 de agosto de 2017 às 10h32.
São Paulo – Viver no Brasil ficou melhor entre 2010 e 2014: o país passou a apresentar um quadro de baixa vulnerabilidade social. Em 2015, no entanto, a piora nos indicadores econômicos começou a ameaçar os avanços dos últimos anos.
Os dados são do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), calculado pelo Ipea.
De acordo com o próprio Ipea, o IVS foi criado para medir a "ausência ou insuficiência de recursos essenciais para o bem-estar e qualidade de vida da população, conformando situações de vulnerabilidade social".
Ao contrário de outros indicadores, o índice de vulnerabilidade social é melhor quanto mais o valor se aproxima de zero, e vai piorando conforme aumenta em direção a um.
O índice, que estava em 0,326 em 2010, caiu 0,243 até 2014. Em 2015, o ano em que os efeitos da crise econômica começaram a ser sentidos com mais força, o índice apresentou alta de 2%, subindo para 0,248.
Na divisão por regiões, o Nordeste aparece como a área mais vulnerável em 2015 (0,311); seguido pelo Norte (0,298); Centro-oeste (0,242); Sudeste (0,234) e Sul (0,191).
O cálculo é feito com base em 16 indicadores, compilados em três grandes áreas: infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho.
A piora deste índice em 2015 na comparação com 2014 foi da ordem de 10,48%, e teve a principal influência para o aumento percepção de risco social.
Até então, o risco sobre a renda e o trabalho vinha caindo: o recuo foi de 12,7% entre 2011 e 2013, e em 2014 houve uma aparente estagnação.
Em números, o IVS de renda e trabalho foi de 0,275 em 2011 para 0,24 em 2014, subindo novamente para 0,266 em 2015.
A infraestrutura urbana foi o indicador que mais contribuiu para a queda do índice geral no período entre 2011 e 2015.
O índice foi de 0,235 em 2011 para 0,214 em 2015, uma queda de 8,94%.
O indicador de vulnerabilidade ligado ao capital humano, que inclui critérios de mortalidade infantil, proporção de crianças fora da escola, de pessoas que não estudam nem trabalham, taxa de analfabetismo, entre outros, foi de 0,288 em 2011 para 0,263 em 2013.