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Brasil pressiona Fifa a reduzir preços durante a Copa

Segundo estudo da Embratur, as taxas dos hotéis para a Copa de 2014 são, em alguns casos, até 583% superiores às que foram cobradas no mesmo período deste ano


	Fifa: o recurso foi apresentado perante o Ministério da Justiça contra a empresa suíça Match, operadora oficial da Fifa
 (Harold Cunningham/Getty Images)

Fifa: o recurso foi apresentado perante o Ministério da Justiça contra a empresa suíça Match, operadora oficial da Fifa (Harold Cunningham/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2013 às 13h52.

Rio de Janeiro - O governo brasileiro apresentou um recurso para obrigar a operadora turística da Fifa a reduzir os preços que está cobrando pelos quartos durante a Copa do Mundo de 2014, em alguns casos até 40% superiores aos que negociou com os hotéis.

O recurso foi apresentado perante o Ministério da Justiça contra a empresa suíça Match, operadora oficial da Fifa, e contra o próprio organismo gestor do futebol mundial, disse em entrevista à Agência Efe o presidente da Embratur, Flávio Dino.

'Queremos que as taxas sejam reduzidas ou que pelo menos se deixe claro aos compradores qual é a margem de lucro que a Match obtém com a operação', afirmou Dino.

O presidente da Embratur revelou que o órgão identificou uma diferença de até 40% entre o preço negociado diretamente com os hotéis e o que a Match pede aos torcedores que compram os pacotes que oferecem ingressos para as partidas junto com a hospedagem.

'Consideramos que as taxas de intermediação da Match são abusivas. Por isso pedimos que se abra uma investigação', declarou.

Dino explicou que a Match reservou cerca de 80% dos quartos dos hotéis de quatro e cinco estrelas nas 12 cidades sedes da Copa para o período da competição.

'Esperamos que revisem as taxas porque os preços dos hotéis no Brasil, que já consideramos altos, ficaram ainda mais elevados e isso pode espantar os turistas', comentou.

'O turista russo que vem ao Mundial, por exemplo, não sabe desse sobrepreço. Ele sabe que pagou US$ 500 pelo alojamento, mas não sabe que o hotel cobrou US$ 350 e o intermediário US$ 150. Queremos que isso fique claro', acrescentou.

Segundo seu presidente, a Embratur espera que a Match explique isso a seus clientes caso não aceite revisar as taxas, já que o governo não pode proibir uma operação de mercado que se rege pela lei da oferta e procura, e necessitaria comprovar práticas abusivas ou contra a livre concorrência para exigir a redução.


'Estamos preocupados com a imagem que ficará: que fazer turismo no Brasil é caro. Queremos que o russo possa dizer a seu vizinho e a seus parentes que pagou caro pelo intermediário', ressaltou.

Dino afirmou igualmente que o governo está negociando em outra frente para que os hotéis considerem a tarifa negociada com a Fifa como o teto e não o piso a partir do qual cobrarão os turistas que venham ao Brasil de forma independente.

'Nossa preocupação é que perante a aproximação do evento e a eventual escassez de acomodações, as tarifas negociadas com a Match, que já são altas, sejam vistas como piso no mercado', explicou.

Assegurou que o principal objetivo da Embratur é combater os preços abusivos e negociar preços justos, uma vez que os altos valores terminarão prejudicando o turismo no Brasil no longo prazo.

'No setor, há gente que não entendeu que cobrar preços altos é prejudicial. Sim, os estrangeiros estão chegando cada vez mais, mas em 2017, depois da Copa e dos Jogos Olímpicos de 2016, veremos qual é a imagem que ficou', considerou.

'Por enquanto, a avaliação dada pelos visitantes é positiva segundo os dados que recolhemos nas enquetes. Mas todos os estudos sempre acendem a luz amarela e até a vermelha quando se trata de custos', acrescentou.

Segundo um estudo feito pela Embratur, as taxas dos hotéis para a Copa de 2014 são, em alguns casos, até 583% superiores às que foram cobradas no mesmo período deste ano.

Além disso, de acordo com a Embratur, enquanto a média de despesa diária em hotéis de quatro e cinco estrelas no Rio de Janeiro para junho de 2014 chega a US$ 461, em Johanesburgo foi de US$ 300, em 2010, e em Munique (Alemanha), de US$ 191 em 2006. 

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