Steinbruch: "Baixe o juro pelo amor de Deus"
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2010 às 14h12.
São Paulo - No cargo de presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) desde junho, Benjamin Steinbruch tem elevado o tom contra a "invasão" de produtos chineses. "Não temos medo de concorrência, mas quando a coisa vem de fora de forma não transparente, isso nos preocupa", diz, referindo-se à China.
O empresário participou do primeiro programa "Momento da Economia", da Rádio EXAME, que terá edições de segunda a sexta. Na entrevista realizada na sede da entidade, em São Paulo, ele afirma que o câmbio valorizado é a maior distorção da economia brasileira. "Baixe o juro pelo amor de Deus (...) Não requer prática nem tão pouco habilidade, é só ter um pouquinho de vontade", afirma o presidente da Fiesp.
Steinbruch, que é controlador da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), defende a expansão dos empréstimos com juros subsidiados pelo BNDES, operações que têm recebido inúmeras críticas de analistas. Entre as argumentações contrárias ao atual papel do banco estatal, estão o custo das operações para o Tesouro (eleva a dívida bruta) e o fato de que alguns grupos empresariais são "escolhidos" para ter acesso aos financiamentos.
"Os bancos privados brasileiros ainda não têm o costume de oferecer crédito de longo prazo para infraestrutura. O BNDES é o único banco que faz isso. Quando eu digo que a gente precisa de três BNDES, é no sentido figurativo, mas a verdade é que o Brasil precisa disso e a gente tem que aplaudir o que o BNDES está fazendo."
Na entrevista, Benjamin Steinbruch fala ainda sobre gastos públicos, reforma tributária, papel dos bancos estatais na redução dos juros, efeitos da capitalização da Petrobras no câmbio, geração de empregos no período pós-crise e ganhos de produtividade nas empresas.
Clique na imagem abaixo para ouvir o primeiro programa "Momento da Economia"