(Ueslei Marcelino/Reuters)
Alessandra Azevedo
Publicado em 22 de abril de 2021 às 12h57.
Última atualização em 22 de abril de 2021 às 15h00.
Acabar com o desmatamento ilegal até 2030 é uma das metas mais ambiciosas anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 22, na Cúpula do Clima. Ainda mais otimista que o presidente, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acredita ser possível atingir esse objetivo antes da data estipulada.
“As ações que se seguirão a partir de 1º de maio têm todas as condições de reduzir o desmatamento em prazo anterior a 2030”, disse Salles, em entrevista coletiva após a fala de Bolsonaro na cúpula. “2030 é o limite, mas nada nos impede de ir reduzindo o desmatamento desde agora”, continuou.
Após Bolsonaro ter dito que duplicará os recursos destinados às ações de fiscalização, Salles afirmou que o governo vai destinar mais verbas às agências ambientais, à Polícia Federal e à logística das Forças Armadas. "E às equipes da Força Nacional, que podem aumentar substancialmente e que se somam ao que já tem de equipes e logística do Ibama, do ICMBio, da PF e da PRF", citou.
O ministro não detalhou quanto será repassado a cada ação, porque o Orçamento de 2021 ainda está em fase de elaboração. "O número preciso não é possível estabelecer agora. Porém, o que é possível dizer é que o que houver de disponibilidade o presidente vai dobrar o recurso", disse Salles.
Bolsonaro também se comprometeu com ações para zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Segundo Salles, o fim do desmatamento ilegal ajudará nesse objetivo. “A meta de eliminação do desmatamento ilegal proporcionará exatamente o que outros países estão afirmando: que, em 2030, alcançarão 50% de redução das emissões de gases”, disse.
“Com o Brasil reduzindo seu desmatamento ilegal a zero, ele também chegará próximo a 50% de redução dos gases de efeito estufa. Assim como os países anunciaram no evento de hoje, no mesmo patamar”, acredita Salles. "Quanto mais recursos vierem, quanto mais recursos existirem, maior a probabilidade de antecipar extinção do desmatamento ilegal quanto a redução de 50% das emissões", disse o ministro.
Segundo o ministro, o presidente manteve os compromissos já assumidos e foi além, ao assumir o compromisso de eliminação do desmatamento ilegal em 2030 e de reforçar o orçamento. "Pode, com essas ações, dar espaço para que 2030 seja antecipado, na prática. Isso será tão e mais fortemente feito quanto a gente possa receber recursos tangíveis, volumosos e imediatos de países e empresa estrangeiras", pontuou.
"Quanto mais recursos vierem e quanto mais apoio existir, maior a probabilidade de antecipar a extinção do desmatamento ilegal e a redução de 50% dessas emissões, que virá junto com a eliminação do desmatamento ilegal", disse Salles.
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