O chanceler brasileiro Antonio Patriota: "Quanto à OMC, nós devemos aproveitar a oportunidade para eleger um diretor geral que venha de um país em desenvolvimento", afirmou. (Evaristo Sa/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 15h39.
Malabo - O Brasil quer que os países do sul sejam melhor representados nos organismos de governança mundial, especialmente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na Organização Mundial do Comércio (OMC). O pedido foi feito nesta quinta-feira, na 3ª cúpula América do Sul-África (ASA).
"Em um mundo onde as relações de poder entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento mudam é fundamental aproveitar de uma maior participação de nossos países nos fóruns de governança mundial", afirmou o ministro brasileiro das Relações Exteriores Antônio Patriota, em Malabo.
"O Conselho de Segurança da ONU reflete uma ordem mundial que não existe mais. O conselho não tem membros africanos ou sul-americanos. A expansão dos assentos permanentes e não-permanentes para os países em desenvolvimento é essencial para que ele seja mais legítimo", declarou o ministro.
"Ao todo, a África e a América do Sul representam 66 países das Nações Unidas", explicou.
"No plano econômico, é fundamental avançar na reforma do FMI de maneira que os países em desenvolvimento, incluindo os que tem desenvolvimento menor, tenham maior participação", afirmou Patriota.
"Quanto à OMC, nós devemos aproveitar a oportunidade para eleger um diretor geral que venha de um país em desenvolvimento, de preferência da América do Sul ou da África", estimou, ao falar da candidatura do brasileiro Roberto Azevedo à presidência do organismo.
Nove candidatos concorrem à sucessão do francês Pascal Lamy à frente da OMC, que reúne 158 estados-membro.
A presidente brasileira Dilma Rousseff é esperada nesta sexta-feira em Malabo, e deve evocar estes temas na conferência, segundo o ministro Patriota.