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Brasil não deve interferir em conflitos no mundo árabe

Ministério das Relações Exteriores diz esperar soluções sem a necessidade de interferências externas, mas ressalta que a vontade popular deve ser atendida

A nota do Ministério se refere aos protestos no Egito, Iêmem  e Tunísia (Mohammed Abed/AFP)

A nota do Ministério se refere aos protestos no Egito, Iêmem e Tunísia (Mohammed Abed/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 16h13.

Brasília – Em meio à tensão política e social no Egito, na Tunísia e no Iêmen, o governo brasileiro informou hoje (28), por meio do Ministério das Relações Exteriores, que acompanha com atenção os acontecimentos na região. Em nota divulgada no começo desta tarde, o Itamaraty afirmou ainda que confia na evolução política “capaz de atender às aspirações” populares em um ambiente pacífico, “sem interferências externas”.

A manifestação do governo brasileiro indica que há confiança de que os três países conseguirão encerrar o impasse evitando que organizações internacionais e líderes estrangeiros interfiram nas negociações.

No Egito, país que fica no Norte da África e faz fronteira com a Faixa de Gaza e Israel, manifestantes ocuparam as principais cidades em protesto contra o governo do presidente Hosni Mubarak. Há acusações, por parte dos manifestantes, do uso de violência e censura.

País também localizado no Norte da África, a oeste do Egito, a Tunísia passa por turbulências. Lá, a reação popular levou à deposição do presidente Zine El Abidine Ben Ali, que há 23 anos estava no poder. E, no Iêmen, país que fica no extremo Sul da Península da Arábia, também há manifestações contra o governo.

O Itamaraty se manifestou sobre as três situações. “O governo brasileiro acompanha com atenção o desenrolar dos acontecimentos no Egito, na Tunísia e no Iêmen. O governo brasileiro expressa sua expectativa de que as nações amigas encontrarão o caminho de uma evolução política capaz de atender às aspirações da população em ambiente pacífico e sem interferências externas, de modo a dar suporte ao desenvolvimento econômico e social em curso.”

No trecho seguinte do comunicado, o Ministério das Relações Exteriores ressalta que, para o Brasil e os demais países sul-americanos, as nações árabes têm atenção especial, uma vez que há a parceria formada pela Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), cuja terceira reunião está marcada para a segunda quinzena de fevereiro, em Lima, no Peru.

“O Brasil e os países da América do Sul desenvolvem cooperação crescente com os países árabes. Em 16 de fevereiro, em Lima, terá lugar a 3ª Cúpula América do Sul-Países Árabes (ASPA). Será uma oportunidade de renovação do diálogo com lideranças da região”, diz a nota. Segundo o Itamaraty, o Egito é um dos parceiros preferenciais do Mercosul já que há um acordo de livre comércio entre as regiões em vigor desde o ano passado.

“O Egito é um importante parceiro do Mercosul. O bloco tem ampliado seu relacionamento com os países árabes, como se verifica nas negociações em curso com Jordânia, Síria e Palestina”, informa o comunicado.

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