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Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2010 às 17h54.
Cidade do México - O secretário de Economia do México, Bruno Ferrari, afirmou hoje que o país "praticamente" já terminou as conversas com seus setores produtivos para analisar a possibilidade de assinar um tratado de livre comércio (TLC) com o Brasil, processo que as autoridades brasileiras já terminaram.
"Estão praticamente terminadas as consultas feitas", disse Ferrari em um encontro com a imprensa internacional na Cidade do México.
"Do ponto de vista de negócios e moral, seria uma pena que não analisássemos mais a sério as possibilidades de negócios em uma negociação propriamente dita de um tratado de livre comércio com o Brasil", disse o secretário, que assumiu o cargo em 14 de julho.
No dia 26 de fevereiro, os presidentes do México, Felipe Calderón, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assinaram um memorando de entendimento para começar a analisar a viabilidade de um acordo estratégico abrangendo os campos comercial, educativo, de cooperação econômica, político e social.
"Há uma disposição do Brasil de abrir uma negociação (para um TLC), eles estão muito interessados", declarou Ferrari. "O Brasil já fez suas consultas, nós estamos para terminar as nossas".
A ideia de um TLC entre Brasil e México foi rejeitada em reiteradas ocasiões por alguns empresários mexicanos, para os quais a economia brasileira é mais fechada que a mexicana e impõe maiores impedimentos tarifários ao comércio.
"Há coisas nas quais somos muito diferentes e que talvez não vamos colocar no tratado, outras que seguramente não poremos, mas há outras que sim", explicou Ferrari.
Segundo o secretário, as empresas mexicanas constroem quase um milhão de casas a cada ano, o que poderiam fazer no Brasil, país que precisa "dessa experiência".
Ferrari destacou que para o México, por sua vez, é importante que aprenda sobre biocombustíveis com o Brasil.
O secretário reconheceu que um TLC com o Brasil seria "muito negativo" para alguns setores da economia mexicana e que os empresários do ramo do couro, de calçados e dos setores agrícola e agropecuário "estão preocupados".
"Somos muito conscientes dos setores e de qual é o desenvolvimento que têm certos setores do Brasil, por exemplo, o da agricultura, no qual talvez seja muito difícil competir", admitiu.
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