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Brasil isola e avalia cidadão da Guiné com suspeita de ebola

Paciente chegou ao Brasil de avião procedente de Conacri, na Guiné, que fez escala no Marrocos e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo


	Paciente com suspeita de ebola é transportado da Unidade de Pronto Atendimento de Cascavel, PR
 (Vanderlei Faria/Divulgação/Prefeitura de Cascavel)

Paciente com suspeita de ebola é transportado da Unidade de Pronto Atendimento de Cascavel, PR (Vanderlei Faria/Divulgação/Prefeitura de Cascavel)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 15h39.

Brasília - O Brasil aguarda os resultados dos exames médicos de um cidadão da Guiné suspeito de ser o primeiro caso de ebola na América Latina e que entrou no país há três semanas, vindo do oeste da África, informaram autoridades sanitárias nesta sexta-feira.

Segundo as informações mais recentes, o guineano se encontra estável e sem febre.

"O paciente se encontra em bom estado geral. Quando chegou ao centro de saúde (na quinta-feira), não tinha mais febre, nem apresentava outro sintoma", informou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em coletiva de imprensa em Brasília, após explicar que foi o suspeito, Souleymane Bah, de 47 anos, quem informou aos médicos que teve febre entre quarta e quinta-feira.

O ministro informou, ainda, que o guineano disse não ter tido contato com doentes de ebola em seu país.

Os resultados dos exames de sangue serão conhecidos, no máximo, em 24 horas, pois foram enviados para um laboratório especializado em Belém do Pará. Se der negativo, será feito um segundo exame para descartar completamente a infecção.

Chioro informou que o paciente chegou ao Brasil de avião procedente de Conacri, na Guiné, de onde saiu em 18 de setembro, fez escala no Marrocos e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em 19 de setembro.

Descartou-se sua entrada por via terrestre da Argentina, como alguns meios de comunicação tinham informado anteriormente.

Tudo sob controle

O guineano está no Brasil como refugiado e teve febre no vigésimo dia de sua chegada ao país, sendo que o período limite de incubação do ebola é de 21 dias. No entanto, considerando seu país de origem, ele foi isolado e considerado um caso suspeito.

As autoridades lembraram, ainda, que os sintomas costumam aparecer no quinto dia após a infecção.

"Quero destacar que a situação está sob controle. Todos os procedimentos do protocolo foram aplicados com sucesso. Destaco o sucesso de toda a operação de atenção", acrescentou o ministro.

Foram identificadas 64 pessoas que tiveram contato com o paciente, mas ao menos três tiveram contato direto com ele, especialmente o pessoal médico que o atendeu. Até agora, todos os contatos são considerados de baixo risco.

O homem deu entrada na tarde de quinta-feira em uma unidade de pronto atendimento da cidade paranaense de Cascavel (a 498 km de Curitiba), após afirmar ter um quadro febril. Este foi o único sintoma que ele apresentou.

"O paciente não vomitou, não teve hemorragia, nem diarreia, por isso quem teve contato com ele é considerado de baixo risco", comentou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

O homem foi levado na sexta-feira em um avião da Força Aérea Brasileira, do Paraná, onde foi isolado, para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, seguindo os protocolos de segurança.

A Guiné é um dos três países da África Ocidental, ao lado da Libéria e de Serra Leoa, mais afetados pela epidemia de ebola, que já matou mais 4.000 pessoas, segundo a OMS.

Os sintomas da doença são febre, diarreia, vômitos, além de fortes dores musculares e nas articulações. A febre hemorrágica é transmitida por contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada ou ao se tocar no corpo de uma vítima.

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