O ministro da Fazenda, Guido Mantega: alta do IOF pode provocar resultados inesperados (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)
Diogo Max
Publicado em 20 de outubro de 2010 às 07h18.
São Paulo - O colunista Liam Denning publicou nesta quarta-feira no Wall Street Journal (WSJ) que, por conta do recente aumento na taxa de IOF para operações estrangeiras, o Brasil flerta com o perigo. “Tal comportamento é compreensível quando você está muito bem, mas o risco de uma decepção é crescente”, alerta o jornalista.
Para ele, o impacto da medida faz com que os investidores estrangeiros fiquem reticentes em relação à política econômica do Brasil. “Um desejo de abordar os fluxos do dinheiro, que estão elevando o valor do real, é compreensível. Mas os controles apresentam uma dúvida aos investidores”, diz Liam Denning.
Segundo o jornalista, existe uma dualidade nas medidas do governo. “Eles [o Governo] freiam a liquidez e esfriam os preços, mudando a taxa de câmbio. Enquanto isso, o Brasil não quer se desligar dos investidores [estrangeiros] inteiramente”, explica o colunista.
Citando um analista do Brown Brothers Harriman, o jornalista do WSJ lembra que o País depende do dinheiro dos investidores estrangeiros para resolver seu déficit crescente em conta corrente, mas aposta que o Brasil ainda deverá mexer com várias ferramentas para regular os fluxos de capital estrangeiro, o que poderá produzir “resultados inesperados”.
“Enquanto isso, outros países, como a Tailândia, estão implementando seus próprios controles. Quanto mais isso acontecer, maior o risco de fundos destinados a mercados emergentes de repente mudar de país para país ou retirarem-se completamente”, alerta Liam Denning.