Brasil

Brasil fica fora do Top 100 de países mais solidários

O World Giving Index da CAF é um estudo anual sobre o comportamento global de caridade baseado em pesquisas realizadas pelo Gallup em 145 países em 2014


	Ajuda: o estudo foi divulgado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), nesta terça-feira, em São Paulo
 (Getty Images)

Ajuda: o estudo foi divulgado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), nesta terça-feira, em São Paulo (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2015 às 13h00.

São Paulo - O Brasil caiu 15 posições no índice mundial de solidariedade que abrange 145 nações.

O País saiu da 90ª para a 105ª posição e, pela primeira vez, não figura entre os top 100 no ranking, desde que ele começou, em 2009. Desde esse período, o Brasil perdeu 51 posições.

A conclusão é do estudo anual da World Giving Index 2015, publicado pela Charities Aid Foundation (CAF), uma organização internacional sem fins lucrativos que promove a doação e a filantropia em todo o mundo.

O estudo foi divulgado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), nesta terça-feira, em São Paulo.

O relatório mostra que cada vez menos brasileiros doam dinheiro ou tempo de voluntariado para ajudar boas causas, possivelmente refletindo a difícil situação econômica do País, apesar de a quantidade de brasileiros que ajudaram pessoas desconhecidas ter aumentado no ano passado.

O estudo mostra que a proporção de pessoas que ajudaram um desconhecido aumentou de 40% em 2013 para 41% no ano passado. Isso indica que quase 2,5 milhões a mais de brasileiros realizaram um ato de bondade em relação a 2013.

O World Giving Index da CAF é um estudo anual sobre o comportamento global de caridade baseado em pesquisas realizadas pelo Gallup em 145 países em 2014.

Ele analisa três indicadores de doação: a porcentagem de pessoas que doaram para caridade, dedicaram tempo de voluntariado e ajudaram um desconhecido no último mês.

O estudo constatou que uma em cada cinco pessoas no Brasil (20%) afirmou ter doado dinheiro. Isso é menos do que os 22% de 2013 e a porcentagem mais baixa registrada nos últimos seis anos.

Os brasileiros com 50 anos ou mais continuam sendo os mais propensos a doar, apesar do porcentual que doou dinheiro em 2014 ter caído 7 pontos percentuais, ficando em 29%.

Já entre os mais jovens, o grupo menos propenso a doar, o porcentual de doadores está aumentando. A porcentagem das pessoas de 15 a 29 anos e de 30 a 49 anos que realizaram doações aumentou 2 pontos porcentuais, alcançando 12%.

Os níveis de voluntariado também caíram no Brasil, com quase três milhões de pessoas a menos doando o seu tempo para boas causas em 2014. Conforme o estudo, 13% das pessoas no Brasil se voluntariaram, em comparação com 16% no ano anterior. A queda foi mais acentuada entre os homens.

Para a presidente do Idis, parceiro da CAF no Brasil, Paula Jancso Fabiani, é particularmente encorajador ver que mais pessoas jovens estão doando e que, mesmo em tempos econômicos difíceis, os brasileiros estão ajudando mais os outros. Mas ela destaca a má colocação do Brasil no ranking mundial.

"Está claro que ainda há um longo caminho a percorrer até que a doação no Brasil alcance níveis de países similares ao nosso. Em virtude da situação econômica, é provável que as pessoas sintam que têm menos tempo e dinheiro para doar."

O estudo constatou que Mianmar (ex-Birmânia) ficou em primeiro lugar no mundo em solidariedade, com os Estados Unidos em segundo, a Nova Zelândia em terceiro, o Canadá em quarto e a Austrália em quinto.

Na sequência, os cinco países mais solidários foram Reino Unido, Holanda, Sri Lanka, Irlanda e Malásia, respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:ListasRankings

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022