Crianças na rua na Síria: de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os recursos deverão ser direcionados a programas de educação e proteção (Khalil Ashawi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 10h15.
Brasília - O governo brasileiro anunciou, por ocasião da 2ª Conferência Internacional de Doadores para a Síria, no Kuwait contribuição de US$ 300 mil para apoiar iniciativa conjunta entre o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados e o Fundo das Nações Unidas para a Infância no âmbito da estratégia lançada pelo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon para evitar a "geração perdida na Síria".
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os recursos deverão ser direcionados a programas de educação e proteção que contribuam para tirar mais de 1 milhão de crianças sírias da miséria, do isolamento e de situações traumáticas.
Esse é o número estimado de crianças que hoje se encontram refugiadas como consequência do conflito na Síria, segundo as agências da ONU.
A conferência internacional arrecadou US$ 2,4 bilhões nessa quarta-feira (15).
O montante equivale a quase 40% do apelo total para a assistência humanitária no país em 2014, que é US$ 6,5 bilhões.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, as doações devem ajudar os sírios que estão abrigados em lugares de difícil acesso, especialmente as crianças, que não contam com assistência médica e educação. “A assistência humanitária é a diferença entre a vida e a morte, a esperança e o desespero. Ela já ajudou milhões de pessoas afetadas por essa crise”, disse Ban Ki-moon.
O evento aconteceu uma semana antes da Conferência Genebra II, em que representantes de cerca de 30 países – incluindo o Brasil – vão negociar uma solução política para a crise na Síria, que já matou mais de 100 mil pessoas desde o levante contra o presidente Bashar Al Assad em março de 2011.
“Esta é a maior crise humanitária que enfrentamos hoje”, disse a coordenadora humanitária da ONU, Valerie Amos, acrescentando que apesar das restrições, as agências e organizações humanitárias conseguiram aumentar as suas atividades no país em 2013.