Brasil

Brasil está mais Walking Dead do que House of Cards, diz FT

A publicação destaca que cresce a insatisfação popular não apenas contra o governo Dilma, mas também contra todos os outros políticos


	"The walking dead": a publicação destaca que cresce a insatisfação popular não apenas contra o governo Dilma, mas também contra todos os outros políticos
 (Reprodução)

"The walking dead": a publicação destaca que cresce a insatisfação popular não apenas contra o governo Dilma, mas também contra todos os outros políticos (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2016 às 10h58.

Londres - A realidade política brasileira está deixando de ser protagonizada por políticos ardilosos e segundo o jornal britânico Financial Times começa a ser dominada por zumbis.

Em meio à batalha que envolve o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a crescente insatisfação contra todos os políticos, o jornal diz que Brasília deixa de parecer a trama política "House of Cards" e parece cada vez mais com a realidade dos zumbis de "The Walking Dead".

"A cena política em Brasília, que muitas vezes é comparada com a série da televisão norte-americana 'House of Cards' por sua complicada intriga política, está começando a parecer com a concorrente dos zumbis 'The Walking Dead'", diz reportagem publicada na versão eletrônica do jornal.

A publicação destaca que cresce a insatisfação popular não apenas contra o governo Dilma, mas também contra todos os outros políticos.

"Seja por causa do envolvimento em corrupção ou apenas pelo oportunismo cínico, os principais atores políticos no Brasil estão perdendo rapidamente a legitimidade aos olhos de um eleitorado cansado", diz o FT, que destaca o avanço do movimento que pede novas eleições gerais e dá como exemplo os cartazes com a inscrição "Fora Todos" na Avenida Paulista, em São Paulo, nos últimos dias.

O FT argumenta que, além de Dilma ser acusada pelas manobras fiscais, vários outros nomes que estão na linha sucessória têm problemas na Justiça e o PMDB é amplamente acusado de participar do esquema de corrupção na Petrobras.

A reportagem lembra da acusação de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mantém contas na Suíça com dinheiro ilegal e que o presidente do Senado, Renan Calheiros, é igualmente envolvido em esquemas ilícitos.

Para completar, o vice-presidente Michel Temer também deve ser alvo de processo de impeachment com igual acusação contábil que atinge a presidente Dilma.

"O problema é que, enquanto a ideia de uma limpeza geral seja atrativa, não há uma maneira constitucional clara para convocar novas eleições a não ser que a senhora Rousseff e o senhor Temer sejam impedidos, tenham seus mandatos anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral ou renunciem. Com sinais de ambos de que não pretendem sair voluntariamente, é improvável que o impasse seja resolvido rapidamente", diz o FT.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrise políticaDilma RousseffEmpresasFinancial TimesGovernoJornaisPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Alíquota na reforma tributária dependerá do sucesso do split payment, diz diretor da Fazenda

Reforma tributária: governo faz 'terrorismo' para impedir novas exceções, diz senador Izalci Lucas

Linhas 8 e 9 começam a disponibilizar Wi-Fi gratuito em todas as estações; saiba como acessar

Bolsonaro indiciado pela PF: entenda o inquérito do golpe em cinco pontos