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Brasil está atrasado em implantes cardíacos,diz especialista

“O Brasil é um país que coloca menos marcapassos que o Uruguai, a Argentina e vários países menores", afirmou a diretora do Deca, Stela Sampaio


	Instrumentos médicos: médica destacou a importância da implantação de marcapassos. Segundo ela, trata-se de um procedimento que “salva vidas e previne”
 (Michele Tantussi/Bloomberg)

Instrumentos médicos: médica destacou a importância da implantação de marcapassos. Segundo ela, trata-se de um procedimento que “salva vidas e previne” (Michele Tantussi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2013 às 14h39.

Rio de Janeiro - Levantamento feito entre 2000 e 2010 pelo Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (Deca), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) mostra que o Brasil está atrasado nos procedimentos de implantes de marcapassos, de ressincronizadores cardíacos e no uso de desfibriladores em comparação aos países da América Latina e Caribe.

Para a diretora do Deca, Stela Sampaio, o resultado “não é muito animador”.

O Registro Brasileiro de Marcapassos, Ressincronizadores Cardíacos e Desfibriladores (RBM) está completando 20 anos. Esta base de dados nacional disponibiliza informações sobre os procedimentos de estimulação cardíaca efetuados em todo o país.

A doutora Stela Sampaio disse que no Nordeste houve redução do número de implantes de marcapassos, sem que houvesse diminuição da população.

“O Brasil é um país que coloca menos marcapassos que o Uruguai, a Argentina e vários países menores. Comparando com Europa e Estados Unidos, aí é que os números ficam mais significativos”, ressaltou.

De acordo com o Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, o Brasil implanta 190 marcapassos por 1 milhão de habitantes, enquanto, no Chile, esse número sobe para 216; na Argentina para 382; no Uruguai para 578; e em Porto Rico, para 606 marcapassos por 1 milhão de pessoas.

Nos Estados Unidos, o censo revela que o total de marcapassos implantados supera 765 por 1 milhão de habitantes. Já na França, na Itália e na Alemanha, o total de implantes de marcapassos alcança, respectivamente, 1.019, 1.048 e 1.267 por 1 milhão de cidadãos.


“A gente tem batalhado para que isso [a diferença] seja amenizado, mas os governos, os gestores de cada região, não são sensíveis à resolutividade de um problema que não é difícil [de resolver]”, ponderou Stela.

Ela disse que existem médicos suficientes no país, bem como especialistas, inclusive em cidades do interior, mas não é liberada verba para que o problema dos pacientes possa ser resolvido. Isso faz com que muitos cardiopatas morram enquanto aguardam a liberação de nova verba para o implante.

A médica destacou a importância da implantação de marcapassos. Segundo ela, trata-se de um procedimento que “salva vidas e previne”.

Ela esclareceu que além dos marcapassos convencionais, há outros tipos que melhoram a insuficiência cardíaca e evitam a morte súbita. “São tratamentos resolutivos. Não é um tratamento paliativo.

A gente realmente consegue resolver o problema do paciente, melhorar a qualidade de vida, diminuir a mortalidade”. Stela Sampaio lamentou, entretanto, que muitos hospitais não apresentam capacidade de fazer procedimentos de alta complexidade, o que aumenta a fila de espera. “É um sofrimento para nós e para a população”.

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