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Brasil entra em transição arriscada após votação, diz FT

Para jornal britânico, há risco de surgir um "vácuo no poder" entre um possível fim do governo de Dilma e o início de um governo de Temer


	Financial Times: jornal afirmou que, se chegar ao poder, Temer terá que agir rápido para garantir que também não seja deposto.
 (Getty Images)

Financial Times: jornal afirmou que, se chegar ao poder, Temer terá que agir rápido para garantir que também não seja deposto. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 10h00.

O jornal britânico Financial Times publicou reportagem na versão eletrônica em que afirma que, após a votação de domingo na Câmara, o Brasil ingressa em uma "transição arriscada".

A publicação chama atenção para o risco de "vácuo no poder" no período entre o possível fim do governo Dilma Rousseff e o início do subsequente governo Michel Temer.

"Analistas e até mesmo alguns políticos da oposição temem que a votação de domingo contra Dilma pode ser o início de uma transição arriscada", cita a reportagem publicada na manhã desta segunda-feira, 18.

"O período intermediário em que ela será um governante em fim de mandato, mas o senhor Temer ainda não tenha assumido o poder poderia criar um vácuo de poder".

Além disso, mesmo após eventual posse de Temer, será preciso correr para angariar apoio e mostrar que o novo governo tem capital político.

"Se ele chegar ao poder como agora parece mais provável, o senhor Temer, um advogado constitucionalista de 75 anos e três vezes presidente da Câmara, terá de agir rapidamente para garantir que ele também não será deposto", diz o FT.

Para tentar reforçar o suporte a eventual governo, o FT diz que Temer terá de atrair rapidamente apoio a um programa econômico crível, enfatizando a correção das distorções econômicas como o déficit fiscal no médio prazo, enquanto também executa reformas pontuais, como regras para exploração de petróleo, cita o FT que ouviu analistas.

Nas ruas, o FT diz que será importante que Temer sinalize com clareza qual será seu comportamento com a operação Lava Jato especialmente após rumores de que Temer poderia tentar frear as investigações. O tema é importante, diz o jornal, porque "o clima das ruas promete ser implacável".

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