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Brasil e outros cinco países suspendem participação na Unasul, diz fonte

Decisão de suspender a participação na organização foi tomada em Lima, em uma reunião à margem da Cúpula das Américas

Unasul: Brasil, junto com Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru, anunciaram na quinta-feira que irão suspender por tempo indefinido sua participação na União das Nações Sul-americanas (celsopupo/Thinkstock)

Unasul: Brasil, junto com Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru, anunciaram na quinta-feira que irão suspender por tempo indefinido sua participação na União das Nações Sul-americanas (celsopupo/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2018 às 14h52.

Última atualização em 20 de abril de 2018 às 14h55.

Brasília - O Brasil, junto com Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru, anunciaram na quinta-feira que irão suspender por tempo indefinido sua participação na União das Nações Sul-americanas (Unasul), informou à Reuters nesta sexta-feira uma fonte com conhecimento do assunto.

Em carta enviada ao chanceler da Bolívia, Fernando Huanacuni - que ocupa a presidência pro-tempore do bloco -, os ministros das Relações Exteriores dos seis países informaram que deixariam de participar das atividades da Unasul a partir da última quarta-feira.

Na quinta-feira, o Itaramaty enviou um comunicado aos demais órgãos do governo brasileiro avisando da decisão. De acordo com o texto, ao qual a Reuters teve acesso, os seis países trataram, em sua carta a Huanacuni, de um "conjunto de problemas relacionados ao funcionamento da organização" mas, principalmente da situação de "acefalia" do bloco.

A decisão de suspender a participação na organização foi tomada em Lima, em uma reunião à margem da Cúpula das Américas. De acordo com uma fonte, diplomatas se reuniram com a intenção de tentar encontrar uma solução para a paralisia do bloco, mas sem sucesso.

Os seis países - que reúnem as nações mais ricas da região - tentam uma ação mais radical para tentar forçar uma ação da Unasul. Os seis cobram a indicação do embaixador argentino José José Octávio Bordón como novo secretário-geral.

Bordón foi indicado pela Argentina no início do ano passado e foi apoiado pelo Brasil e pelos outros países do grupo. O governo brasileiro defendia que a presença do argentino à frente do bloco diminuiria o viés político da Unasul, até então dominada pelos países ditos bolivarianos, a quem o colombiano Ernesto Sámper, havia se alinhado, desagradando os novos governos conservadores eleitos na região.

No entanto, não houve consenso para a nomeação de Bordón e, desde então, o bloco está praticamente inativo. A divisão entre bolivarianos e conservadores, que hoje domina a Organização, impede que sejam tomadas decisões por consenso, como exigido pelo estatuto do bloco.

A Unasul foi criada em 2008 por iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ex-presidentes da Venezuela Hugo Chávez e da Argentina Néstor Kirchner, com a intenção de aumentar a integração regional. As mudanças dos governo dos países, no entanto, com um viés mais de direita, como Paraguai, Argentina, Brasil, Peru e, agora, Chile, mudaram a configuração do bloco e selaram a divisão na região.

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