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Brasil é o 2º maior mercado consumidor de cocaína

Realizado pela Unifesp, levantamento sobre uso da droga e de seus derivados no país mostrou que um em cada cem adultos consumiu crack no último ano

Cocaína: polícia australiana apreendeu 200 quilos da droga (Australian Federal Police/AFP)

Cocaína: polícia australiana apreendeu 200 quilos da droga (Australian Federal Police/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2012 às 17h41.

São Paulo - De acordo com o Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), 4% da população brasileira adulta (seis milhões de pessoas) e 3% dos adolescentes (420.000 indivíduos), experimentaram cocaína ou algum de seus derivados — crack, merla ou oxi — na vida.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e divulgada nesta quarta-feira. Foram entrevistadas 4.607 pessoas maiores do que 14 anos de idade, moradoras de 149 municípios do país.

Somente no último ano, o levantamento apontou, a incidência de usuários da droga foi de 2% entre os adultos (2,5 milhões de pessoas) e 2% entre jovens (244.000 pessoas).

A via intranasal, segundo o levantamento, é a forma de administração mais comum da cocaína — quase 90% das pessoas que já experimentaram a droga a consumiram desta forma. Ainda segundo os dados, 14% dos consumidores de cocaína já injetaram a substância.

Cocaína fumada - O estudou também mostrou que dois milhões de brasileiros experimentaram cocaína fumada - ou seja, crack, merla ou oxi - ao menos uma vez na vida. No último ano, cerca de um em cada cem adultos (um milhão de indivíduos) usou crack. Entre os adolescentes, essa incidência foi menor: 0,2% dos jovens (150.00 pessoas) fizeram uso da droga nos últimos 12 meses.


Características do usuário - Quase metade (48%) dos usuários de cocaína e derivados é dependente química e cerca de um em cada quatro consumidores usaram a droga ao menos duas vezes por semana no último ano. No entanto, apenas 30% dos entrevistados pelo estudo disseram que pretendem abandonar o hábito e apenas 1% dos entrevistados buscaram algum tipo de tratamento para o consumo da droga.

O levantamento ainda indicou que uma em cada cinco pessoas conhece alguém que enfrenta problemas decorrentes do abuso de cocaína.

Segundo os dados, quase metade dos usuários de cocaína (45%) experimentou a droga antes dos 18 anos de idade. Além disso, os pesquisadores concluíram que existe uma relação entre a idade em que há o primeiro contato com a cocaína e seus derivados e um maior risco de dependência química e outras doenças psiquiátricas - quantos antes, pior.

A pesquisa concluiu que, entre todos os usuários de cocaína e derivados do país, 78% consideram que é fácil largar a droga.

Regiões - A pesquisa ainda mostrou que não há diferenças significativas na porcentagem do uso de cocaína e derivados entre as regiões brasileiras (as taxas variam de 1,9% a 2,6%) - com exceção da região Sul, que apresenta o menor índice (0,7%). No entanto, em números absolutos, a região Sudeste é responsável por quase metade de todos os usuários da droga no país. O levantamento mostrou que o consumo em áreas urbanas é três vezes maior do que em rurais.


Principais conclusões

Pesquisa da Unifesp olhou para o consumo de cocaína e derivados — crack, merla e oxi — entre a população brasileira

• O Brasil é o segundo maior mercado consumidor mundial de cocaína e derivados, com 20% do mercado global, e o maior mercado de crack

• 4% dos adultos e 3% dos adolescente brasileiros já experimentaram cocaína e derivados alguma vez na vida

• Quase 90% das pessoas que já experimentaram cocaína consumiram a droga por via intranasal

• Um em cada cem adultos consumiu crack no último ano

• Quase metade dos usuários de cocaína sofre de dependência química

• Um em cada quatro usuários da droga a consome mais do que duas vezes por semana

• 45% dos consumidores de cocaína experimentaram a droga antes dos 18 anos de idade
 

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