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Brasil e México são onde mais se teme tortura em detenção

Segundo Anistia, 80% dos brasileiros e 64% dos mexicanos temem sofrer torturas caso sejam detidos


	Detento da prisão de Guantánamo: relatório mostrou que quase a metade do mundo tem medo de sofrer maus-tratos sob custódia
 (John Moore/Getty Images)

Detento da prisão de Guantánamo: relatório mostrou que quase a metade do mundo tem medo de sofrer maus-tratos sob custódia (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 17h18.

Berlim - Oitenta por cento dos brasileiros e 64 por cento dos mexicanos temem sofrer torturas caso sejam detidos, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira pela organização de direitos humanos Anistia Internacional, que mostrou que quase a metade do mundo tem medo de sofrer maus-tratos sob custódia.

“Embora os governos tenham proibido por lei essa prática desumana e reconheçam o descontentamento global por sua existência, vários deles torturam ou facilitam sua prática”, disse a Anistia em um novo relatório.

Das mais de 21 mil pessoas consultadas em 21 países pela GlobeScan em nome da Anistia, 44 por cento disseram que não se sentiriam a salvo da tortura se fossem presos em seus países de origem.

Quatro a cada cinco pessoas queriam leis claras para evitar a tortura e 60 por cento apoiavam, em geral, a ideia de que a tortura não é justificada em nenhuma circunstância, embora uma maioria dos consultados na China e na Índia acreditem que certas ocasiões possam justificar seu uso.

A Anistia disse que 155 países ratificaram a Convenção das Nações Unidas Contra a Tortura, que existe há 30 anos, mas muitos governos “traem suas responsabilidades”.

A entidade disse ter recebido relatos de tortura em mais de 140 países, e ofereceu exemplos que incluem México e Nigéria até a Ucrânia.

Em agosto de 2012, comandos mexicanos invadiram a casa de Claudia Medina em Veracruz e a levaram para uma base naval onde ela foi submetida a cargas de eletricidade, foi obrigada a inalar gás de pimenta e envolta em plástico para receber uma surra, segundo Medina.

Ela negou a acusação de fazer parte de uma quadrilha, mas foi obrigada a assinar uma confissão que nem sequer teve a chance de ler. “Se não me houvessem torturado, não teria assinado a declaração”, disse Medina, segundo o relatório da Anistia.

“Três décadas após a convenção e mais de 65 anos após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a tortura não apenas está viva e fresca. Está florescendo”, disse o relatório “Tortura em 2014: 30 anos de promessas derrotadas”.

Australianos e britânicos são os que têm menos medo da tortura em detenção, com 16 e 15 por cento, respectivamente.

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