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Brasil e EUA fazem exercício de guerra com blindados e munições reais

O exercício faz parte do Core 2021, operações combinadas de treinamento que os dois exércitos realizam desde segunda-feira, 6, em cidades de São Paulo e do Rio.

Exercito: Durante o exercício de tiro defensivo, foram usadas munições reais (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Exercito: Durante o exercício de tiro defensivo, foram usadas munições reais (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 10h06.

O Exército brasileiro está pronto para ser uma tropa expedicionária e atuar "dentro e fora do Brasil", segundo o general Tomás Paiva, comandante do Comando Militar do Sudeste, que acompanhou um exercício de defesa real das tropas nacionais com soldados dos Estados Unidos na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) nesta quarta, 8, em Resende, no Rio de Janeiro. O exercício faz parte do Core 2021, operações combinadas de treinamento que os dois exércitos realizam desde segunda-feira, 6, em cidades de São Paulo e do Rio.

Segundo o general, o treinamento conjunto permite avaliar como está o preparo das tropas brasileiras tanto em armamento como em estratégias de combate. "Uma força militar com emprego dissuasório tem de estar pronta para ser uma tropa expedicionária e atuar no Brasil ou fora, como já foi feito no Haiti. Podemos ser requisitados para ações na África, por exemplo, e estamos bem preparados", disse.

Durante 35 minutos, as tropas do exército brasileiro sustentaram os ataques do inimigo para defender uma posição estratégica conhecida como "cabeça de ponte" nas colinas da zona rural de Resende. O avanço da tropa oponente começou a ser barrado pelos disparos de metralhadora calibre .50 que guarneciam quatro helicópteros Esquilo já no primeiro minuto de guerra. Seis blindados Guarani e Cascavel dispararam sobre as posições inimigas, enquanto a linha de defesa com soldados camuflados em 'tocas' faziam intensos disparos de fuzil e metralhadora sobre os alvos.

Durante o exercício de tiro defensivo, foram usadas munições reais. Por segurança, o Estadão acompanhou a ação de uma área na retaguarda - os jornalistas usaram capacetes e coletes balísticos cedidos pelo Exército. Foram disparados 30 mil tiros de fuzil IA2 556, 12 mil tiros de metralhadora MAG 762, 4,5 mil de metralhadora .50, 12 granadas de morteiro 60 mm, 24 granadas de morteiro 81 mm, 32 granadas de canhão 84 mm, 10 granadas de canhão 90 mm, além de 45 granadas de mão e 34 de obuseiro 105 mm.

Paiva acompanhou as operações ao lado do comandante do batalhão Bulldog da 101ª Divisão de Assalto Aéreo dos Estados Unidos, coronel Michael Harrison. "Esse exercício nos permite visualizar a capacidade de fogo que a gente pode colocar em ação ao mesmo tempo", disse.

Certificação

Segundo ele, ao final dos exercícios, a força de prontidão estará certificada pelo Comando de Operações Terrestres para atuar em qualquer parte do território nacional e fora do Brasil. O Exército brasileiro mobilizou 750 militares para os exercícios. O exército americano enviou para o Brasil 250 homens. O protocolo para as operações conjuntas foi assinado em 2010. Conforme o coronel Harrison, as tropas brasileiras também treinarão nos Estados Unidos, em data a ser definida.

Os exercícios prosseguem até o dia 16, quando o Core 2021 será encerrado. Um dos pontos altos das atividades conjuntas acontece no dia 14, quando os soldados americanos e brasileiros trocam os armamentos e fazem uso dessas armas, no chamado tiro de integração. O coronel Harrison elogiou o desempenho dos militares brasileiros. "Nossos soldados retornarão para os Estados Unidos mais preparados por terem treinado com eles. Os resultados demonstram a importância da parceria entre os Estados Unidos e o Brasil", disse.

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