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Brasil e China, maiores países em desenvolvimento, aumentam cooperação

Pequim quer ampliar relações bilaterais sobre "uma base de igualdade e confiança mútua"

Dilma na China: chineses elogiaram "pragmatismo" da presidente brasileira (Presidência da República)

Dilma na China: chineses elogiaram "pragmatismo" da presidente brasileira (Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2011 às 10h58.

Pequim - Um dia após assinar cerca de 20 convênios para melhorar a relação comercial entre Brasil e China, a presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta quarta-feira com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Wu Bangguo, antes de se dirigir à cúpula do Brics.

Os líderes chineses reiteraram que os dois maiores países em desenvolvimento da Ásia e América devem impulsionar a cooperação em benefício mútuo e como exemplo da cooperação Sul-Sul.

Segundo a imprensa oficial chinesa, Pequim quer aprofundar as relações bilaterais negociando sobre uma base de igualdade e confiança mútua, com "win win" (benefícios para ambas as partes), aumento da cooperação científica e tecnológica e impulso aos intercâmbios sociais.

Já a mensagem de Dilma foi clara desde sua chegada a Pequim: o Brasil quer um "salto qualitativo" em suas exportações para a China, com um aumento da venda de produtos mais elaborados, que representam apenas 30% de um comércio que atingiu US$ 56 bilhões em 2010.

Segundo afirmou Chen Duqing, ex-embaixador da China no Brasil, à agência oficial "Xinhua", "a presidente tem visão de futuro e é muito pragmática".

De acordo com analistas, esse pragmatismo levou Dilma a receber logo após sua chegada à China Ren Zhengfei, presidente da Huawei, o gigante chinês de equipamentos de telecomunicações que disputa com seu rival, o também chinês ZTE (Zhong Xing Telecommunication Equipment) pela liderança no mercado latino-americano, depois da Ásia e da África.


Em um comunicado da Huawei, Ren declarou que explicou a Dilma detalhes sobre a expansão da empresa, afirmou que poderia gerar 10 mil empregos diretos e indiretos no Brasil, anunciou mais investimentos no Centro de Inovação, Produção e Formação em São Paulo, e disse que doará equipamentos às Universidades de São Paulo e Brasília.

Os 22 acordos públicos e privados firmados durante a visita tratam sobre comércio, tecnologia (incluindo prospecção petrolífera em águas e terras ultraprofundas entre a Petrobras e Sinochem), meio ambiente, compra de aviões comerciais Embraer 190, esportes e defesa.

Com relação à cooperação militar, foi acertada a troca de experiências em operações, produtos, tecnologia de defesa, serviços, treinamento, manobras militares e intercâmbio de informação para a segurança de eventos importantes.

Outros convênios foram a abertura do Instituto Confúcio na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e a cooperação entre a rede de televisão estatal chinesa "CFTV" e a "TV Bandeirantes".

Além disso, o gigante tecnológico taiuanês Foxcom investirá US$ 12 bilhões em cinco anos para fabricar produtos Apple como seu tablete iPad, enquanto o Executivo brasileiro fará uma contrapartida para gerar 100 mil empregos no Brasil.

No final do dia, Dilma se dirigiu à cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que será realizada nesta quinta-feira, na ilha sudeste de Hainan.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e principal destino de suas exportações, além de maior investidor (US$ 13 bilhões) em matérias-primas e equipamentos de telecomunicações, mas o governo brasileiro quer uma mudança do investimento em direção à tecnologia e à indústria.

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