Brasil

Brasil e Chile fazem apelo ao diálogo na Venezuela

"Nós também estamos preocupados com a Venezuela porque o país está se desmanchando", disse o ministro das Relações Exteriores do governo interino, José Serra


	José Serra: "Não me parece fácil, mas minha expectativa é que algo possa resultar"
 (Reuters/Ueslei Marcelino)

José Serra: "Não me parece fácil, mas minha expectativa é que algo possa resultar" (Reuters/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 17h13.

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Chile realizaram nesta quarta-feira, em Paris, um chamado ao diálogo para solucionar a crise política na Venezuela, somada à crescente pressão internacional encabeçada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

"Nós também estamos preocupados com a Venezuela porque o país está se desmanchando. São feitas várias tentativas, a tentativa da Argentina, a tentativa da Unasul, agora da OEA, de encontrar uma solução pacífica para a Venezuela", disse à imprensa o ministro das Relações Exteriores do governo interino do Brasil, José Serra.

"Não me parece fácil, mas minha expectativa é que algo possa resultar", assinalou Serra, durante uma reunião ministerial da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), em Paris.

No mesmo evento, o chanceler do Chile, Heraldo Muñoz, também se expressou neste sentido.

"Reitero que o Chile quer esgotar todos os esforços diplomáticos para um diálogo efetivo. Real, com resultados concretos e isso, certamente, inclui todas as ações pacíficas constitucionais, incluindo o referendo revogatório", disse o ministro chileno.

Nesta quarta-feira, a oposição venezuelana exigirá às autoridades eleitorais que fixem os prazos e as normas para convocar um referendo revogatório do governo de Nicolás Maduro.

Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai manifestaram essa semana, em um comunicado conjunto, seu desejo de que a crise venezuelana se encaminhe dentro das normas constitucionais, incluindo esse referendo revogatório.

Na terça-feira (31), o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, convocou uma "sessão urgente" do Conselho Permanente", a entidade para discutir a crise "institucional" da Venezuela invocando a Carta Democrática Interamericana.

Almagro pediu que o organismo discuta o tema em uma sessão extraordinária entre os dias 10 e 20 de junho, ao considerar que existe na Venezuela uma "alteração da ordem constitucional" que afeta gravemente "a ordem democrática".

Maduro respondeu duramente contra Almagro e manteve que a ação da OEA, solicitada pela oposição venezuelana, busca abrir caminho para uma intervenção dos Estados Unidos.

Na terça-feira o chefe da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, disse à AFP em Paris que na próxima semana haverá uma "nova reunião" - após uma ocorrida separadamente na República Dominicana na semana passada - e não descartou que essa conversa seja diretamente entre as partes.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileItamaratyMinistério das Relações ExterioresOEAVenezuela

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas