O índice de reajuste do salário dos brasileiros em 2007 deve ser maior do que o alcançado na média global, de acordo com pesquisa realizada pela Mercer Human Resource Consulting, consultoria especializada em recursos humanos. Segundo o estudo, a previsão é de que a remuneração no Brasil cresça 2,1 pontos acima da inflação no próximo ano, enquanto a correção dos salários em 60 países analisados deve girar em torno de 1,9 ponto percentual acima da inflação.

Em 63% dos países pesquisados, o índice de reajuste deve ficar entre 1 e 3,5 pontos percentuais acima da inflação. O maior aumento real, de acordo com a pesquisa, será concedido aos trabalhadores da Latvia, que terão a remuneração corrigida em 11,1%, ou 6,8 pontos percentuais acima da inflação.

Na América do Sul, o maior reajuste real está previsto para os paraguaios : 6,4 pontos acima da inflação. O Brasil, com aumento nominal e inflação estimados em, respectivamente, 6,5% e 4,4%, perde ainda na região para o Uruguai, onde a correção real chegará a 4,5 pontos, segundo a pesquisa. No Peru, o índice deve ser de 1,5 ponto acima da inflação.

Na Venezuela, o aumento nominal previsto é de  17,4%, mas o crescimento será praticamente neutralizado por uma alta dos preços estimada em 17,3%. Os argentinos sofrerão ainda mais: com uma inflação de 15% e um reajuste nominal de 11,8%, os trabalhadores amargarão uma perda de 3,2 pontos percentuais.

Para Steve Gross, líder global da área de remuneração da Mercer, as companhias devem prestar atenção nas variações salariais no mundo, observando os índices de inflação, de crescimento e de desemprego. "As empresas globais devem estar atentas principalmente a essas diferenças econômicas e de mercado de trabalho quando prepararem o orçamento de remuneração e decidirem sobre como alocar recursos para gerar retorno maior sobre seus investimentos de recompensas [aos funcionários]", afirma.