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Protestos marcam 1º dia de Copa

Pelo menos sete pessoas ficaram levemente feridas em São Paulo, entre elas duas jornalistas americanas da rede 'CNN'


	PM age para conter manifestação na Zona Leste de São Paulo
 (Reuters)

PM age para conter manifestação na Zona Leste de São Paulo (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 17h59.

Rio de Janeiro- O Brasil deu início nesta quinta-feira à Copa do Mundo em meio a um rastro de manifestações em várias cidades do país, algumas com incidentes violentos isolados, contra a organização do torneio da Fifa e os elevados custos que teve para os cofres públicos.

Foram realizados protestos em pelo menos quatro capitais, o maior no Rio de Janeiro, com cerca de duas mil pessoas, embora os incidentes mais graves tenham acontecido em São Paulo, onde a polícia reprimiu um grupo de manifestantes mascarados com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Em São Paulo, cidade-sede do jogo de abertura entre Brasil e Croácia, pelo menos sete pessoas ficaram levemente feridas, entre elas duas jornalistas americanas da rede 'CNN', durante uma manifestação reprimida pela polícia perto da Arena Corinthians, antes da chegada dos torcedores.

No Rio o protesto foi pacífico, durante cerca de duas horas, mas no final um pequeno grupo enfrentou a polícia, que da mesma forma que em São Paulo usou gás lacrimogêneo para dispersar o protesto.

A repressão das manifestações em São Paulo foi censurada pela Anistia Internacional (AI), organização que considerou que a polícia fez um 'uso desproporcional da força'.

Os protestos contra a organização do Mundial se estenderam inclusive às arquibancadas da Arena Corinthians, onde se ouviram insultos contra a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, quando ambos entraram no camarote de autoridades minutos antes do início da partida.

Ao contrário das maciças manifestações do ano passado, que foram quase todas espontâneas e reuniram centenas de milhares de pessoas em todo o país em reivindicação por melhores serviços públicos, os protestos de hoje foram convocadas por coletivos com reivindicações específicas e só tiveram uma adesão considerável em São Paulo e Rio de Janeiro.

Além das duas maiores cidades brasileiras, também houve protestos menores em outras capitais como Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza.

Todas as manifestações estavam unidas pelas queixas contra a Fifa, as elevadas despesas nos estádios, alguns deles com dinheiro público, e os benefícios fiscais concedidos pelo governo aos organizadores do evento.

Além de protestar contra o Mundial, em São Paulo os manifestantes exigiram a readmissão de 42 funcionários do metrô que foram demitidos acusados de atos de vandalismo durante a greve que começou no início da semana passada.

No Rio entre os manifestantes havia professores que exigiam mais investimentos em educação, além de grupos feministas e militantes de partidos políticos de esquerda.

Pouco antes do início do jogo entre Brasil e Croácia em São Paulo, houve mais protestos no Rio nas imediações do Fifa Fan Fest, recinto instalado nas areias da praia de Copacabana para a transmissão dos jogos de Copa.

Ali um grupo de cerca de 200 pessoas gritou palavras de ordem contra o Mundial, ao que muitos torcedores, vestidos com camisetas da seleção brasileira, responderam com vaias, segundo a Agência Efe constatou no local.

Outros grêmios profissionais aproveitaram a vitrine da Copa do Mundo para declarar-se em greve por melhorias salariais.

Entre os que se declararam em greve estavam os funcionários do aeroporto internacional do Rio de Janeiro, embora não tenham sido registradas demoras nem problemas de operação significativos.

No começo da manhã, cerca de 50 trabalhadores montaram um bloqueio durante duas horas na avenida 20 de Janeiro, praticamente a única via de acesso ao aeroporto do Galeão, segundo informou a polícia.

Além disso, uma greve de motoristas de ônibus paralisou parcialmente a cidade de Natal, uma das sedes da Copa. Apenas 30% da frota de ônibus estava circulando hoje, o que ocasionou transtornos à população que tentava deslocar-se do trabalho para casa antes do jogo. EFE

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