Brasil

Brasil cresce menos que América Latina, diz Banco Mundial

Segundo relatório, estão diminuindo ventos globais favoráveis que facilitaram crescimento econômico robusto e inclusão social na AL e no Caribe na última década


	O banco projeta que o Brasil e a Argentina deverão ter crescimento abaixo da média regional em 2013, em torno de 3%, superando, porém, a taxa de crescimento de 2%, em 2012
 (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

O banco projeta que o Brasil e a Argentina deverão ter crescimento abaixo da média regional em 2013, em torno de 3%, superando, porém, a taxa de crescimento de 2%, em 2012 (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 17h06.

São Paulo - A região da América Latina e do Caribe deverá crescer 3,5% neste ano, ante alta de 3% no ano passado, mas a expansão ainda ficará abaixo da média de 5% observada antes da crise de 2008 e 2009, ou de 6% em 2010, prevê o Banco Mundial, em relatório semestral publicado nesta quarta-feira, 17, na Internet.

O banco projeta que o Brasil e a Argentina deverão ter crescimento abaixo da média regional em 2013, em torno de 3%, superando, porém, a taxa de crescimento de 2%, em 2012.

Segundo o relatório, estão diminuindo os ventos globais favoráveis que facilitaram o crescimento econômico robusto e a inclusão social na América Latina e Caribe na última década.

O banco destaca ainda que o novo contexto global - de excesso de liquidez, crescimento mais lento na China, atividade econômica fraca e dívida pública elevada no mundo desenvolvido - aponta para a necessidade de a América Latina fazer mais por conta própria, a fim de voltar às taxas de crescimento semelhantes às taxas registradas na última década.

O Banco Mundial prevê também no relatório "América Latina e Caribe enquanto os ventos favoráveis retrocedem: em busca de um crescimento maior" que a Venezuela crescerá 0,1% e a Jamaica terá expansão de 1% neste ano. A economia do Peru deverá ter alta de 6%, a do Panamá, de 9%, e a do Paraguai, de 11%. Já a expansão econômica da Bolívia, Chile e Colômbia deverá ser de entre 4% e 5% neste ano.

"Essas taxas de crescimento são boas, mas insuficientes para sustentar o ritmo de progresso social recente que os latino-americanos experimentaram na última década", ressaltou o economista-chefe do Banco Mundial, Augusto de la Torre.

Ele afirmou que a ênfase política está mudando dos motores externos para motores de crescimento interno, e das preocupações com a estabilidade macroeconômica e financeira para reformas de estímulo à produtividade. "À medida que os ventos globais favoráveis diminuem, a capacidade dos países da América Latina para crescer acima de 3,5% depende essencialmente deles mesmos."

O relatório observa que as conquistas da América Latina e Caribe na década de 2000 foram significativas, incluindo a estabilidade macroeconômica, crescimento sólido, redução da pobreza e uma distribuição de renda mais justa.

De acordo com o Banco Mundial, o desafio para a política econômica daqui para frente é "preservar e trabalhar sobre os ganhos passados, consolidando os dividendos de um crescimento com inclusão social, e fazer isso sem a ajuda de ventos favoráveis globais".

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBanco MundialDados de Brasil

Mais de Brasil

Cid diz ao STF que recebeu 'dinheiro' de Braga Netto em plano para monitorar Moraes

Greve de caminhoneiros em Minas Gerais ameaça abastecimento de combustível

Bolsonaro enxugou minuta golpista e deixou Moraes como autoridade que seria presa, diz Cid ao STF