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Brasil chega a 5 milhões de casos de covid-19, e primeira onda não passou

De acordo com o consócio de imprensa, o país tem um total de 5.002.357 infectados e 148.304 mortes causadas pelo coronavírus

 (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

(Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 20h10.

O Brasil ultrapassou a marca de 5 milhões de casos confirmados de covid-19 nesta quarta-feira, 7, segundo levantamento dos veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde.

De acordo com o balanço, atualizado às 20 horas, o país tem um total de 5.002.357 infectados e 148.304 mortes causadas pelo coronavírus. Os dados são compilados pelo consórcio de imprensa que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

Nas últimas 24 horas foram confirmadas mais 733 vítimas e 31.404 testes positivos para o Sars-CoV-2.

A média móvel, que contabiliza o número de óbitos da última semana, é de 631, a menor desde maio. Há dois meses este valor era próximo de 1.000, há 15 dias está abaixo de 700. Já média móvel de casos está em 26.967.

Mesmo que nas últimas duas semanas as médias de casos e de mortes tenham registrado queda, especialistas ouvidos por EXAME apontam que ainda é cedo para falar que o Brasil passou a primeira onda de infecção.

“Ainda é incerto falar em fim da primeira onda, porque em muitos locais o número de óbitos ainda não está baixo o suficiente para caracterizar o fim de uma “onda”. Em alguns desses locais houve um pico de óbitos seguido de um período de queda, sem contudo zerar o número de casos”, avaliam os pesquisadores do Observatório COVID-19 BR, Roberto Kraenkel (Unesp) e Paulo Inácio Prado (USP).

Para o vice-diretor do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz, Christovam Barcellos, o pico da doença foi registrado nos meses de julho e agosto. “Depois abaixou, mas ficou em um patamar muito alto. Depois de setembro a gente vai poder dizer se realmente está caindo. Acredito que este valores ainda vão se prolongar altos até dezembro e janeiro de 2021”, diz Barcellos.

Caso Brasil

Diferentemente de outros países, o Brasil demorou muito tempo para atingir 500 mil casos. Da confirmação do primeiro infectado, no dia 26 de fevereiro, até este patamar, foram pouco mais de 3 meses. Menos de um mês depois o país chegava a um milhão de casos. Desde então, a cada 30 dias outro milhão de casos é adicionado ao balanço total da pandemia de covid-19.

Não há uma epidemia de covid-19 no Brasil, mas muitas. Há estados e cidades que tiveram um crescimento de casos muito rápido e uma queda também rápida. Em outros lugares os casos foram subindo mais lentamente, em degraus. E muitos outros padrões de subida e descida, em diferentes momentos”, explicam os pesquisadores do Observatório COVID-19 BR.

O Brasil é o terceiro em número de casos no mundo, só atrás dos Estados Unidos, com mais de 7,5 milhões, e da Índia, com 6,7 milhões. Em relação a mortes, o país só está atrás dos Estados Unidos, que contabiliza mais de 200 mil óbitos. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.

Quando teremos vacina?

A pandemia deve começar a dar sinais de controle somente quando uma vacina se mostrar segura e capaz de imunizar toda a população brasileira.

Há várias possíveis candidatas mas duas estão mais na frente, quando se fala em fase de testagem: a de Oxford, desenvolvida com o laboratório AstraZeneca, e a chinesa do laboratório Sinonac, feita em parceria com o Instituto Butantan.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu começar a imunizar a população a partir do dia 15 de dezembro O Ministério da Saúde, que comprou lotes da vacina inglesa, pretende iniciar a vacinação somente em janeiro de 2021.

Christovam Barcellos, da Fiocruz, acredita que é pouco provável que uma campanha de imunização comece ainda em 2021. E mesmo depois que a aplicação seja feita, vai ser necessário um acompanhamento de perto das autoridades sanitárias. A grande dúvida é se a vacina da covid-19 vai ser eficaz uma única vez na vida, ou se vai ser um calendário anual, como é o caso da gripe.

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