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Brasil cai duas posições e fica em 52º lugar no Índice Global de Inovação 2025

Setor industrial e universidades impulsionam resultados, mas instabilidade regulatória e baixa formação em ciência limitam crescimento

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 12h17.

Última atualização em 16 de setembro de 2025 às 12h18.

O Brasil caiu duas posições no Índice Global de Inovação (IGI) 2025 e ficou em 52º lugar entre 139 países avaliados.

O ranking, divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), analisou 80 indicadores de insumos e resultados de inovação, como educação, pesquisa, infraestrutura, sofisticação empresarial e criatividade.

Apesar da queda, o país se manteve como a segunda economia mais inovadora da América Latina e Caribe, ficando atrás somente do Chile. O Brasil também mantém a quinta posição entre 36 economias de renda média-alta, atrás da China, Malásia, Turquia e Tailândia.

De acordo com informações da CNI, o melhor desempenho brasileiro no IGI ocorreu em 2011, quando o país ocupou a 47ª posição.

A pesquisa destacou que o Brasil apresenta um desempenho melhor nos 'outputs' (resultados) — em que ficou com a 50ª posição — em comparação com os 'inputs' (insumos) — ocupando o 63º lugar.

Segundo Jefferson Gomes, diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, isso indica a capacidade do país de transformar investimentos em inovação em resultados concretos, mas mostra uma necessidade e melhoria nos indicadores de educação, infraestrutura e P&D. 

“Temos um desempenho acima do esperado para o nível de renda, mas aquém do potencial de uma economia do tamanho do Brasil. Precisamos investir mais em ciência, engenharia, infraestrutura e pesquisa e desenvolvimento. Por outro lado, contamos com produção científica de qualidade, negócios sofisticados e avanços em tecnologia da informação”, afirmou Gomes.

Pontos fortes

  • Mercado consumidor (7º lugar mundial)
  • Volume de marcas registradas (9º)
  • Negócios de capital de risco avançados (16º)
  • Importações de serviços de tecnologia da informação e comunicação (17º)
  • Pagamentos de propriedade intelectual (17º)

Pontos fracos

  • Estabilidade regulatória para negócios (128º)
  • Formação bruta de capital (118º)
  • Taxa tarifária aplicada (106º)
  • Graduados em ciências e engenharias (100º)
  • Cultura empreendedora (78º)

Indústria e universidades lideram investimentos em P&D

Segundo as dados, o setor industrial é o maior investidor em pesquisa e desenvolvimento (P&D) do Brasil, com destaque para Petrobras, Vale, Embraer e TOTVS, que figuram entre as 2 mil empresas com maior investimento global em P&D. Entre as universidades, se destacam USP, Unicamp e UFRJ, enquanto startups como Quinto Andar, C6 Bank e Nuvemshop se sobressaem no cenário nacional de inovação.

A OMPI ressaltou que os indicadores de investimentos em P&D ainda possuem defasagem: os dados referentes à proporção do investimento em relação ao PIB são de 2020, enquanto os investimentos em educação datam de 2021.

Desempenho do Brasil por categoria

O IGI divide os indicadores em sete categorias, sendo cinco de insumos e duas de resultados. O Brasil tem melhor desempenho em:

  • Sofisticação empresarial (39º)
  • Capital humano e pesquisa (48º)
  • Resultados criativos (50º)
  • Resultados de conhecimento e tecnologia (50º)

Já os piores desempenhos são observados em:

  • Instituições (107º)
  • Sofisticação de mercado (71º)
  • Infraestrutura (60º)

Quais são os países mais inovadores do mundo?

O top 10 do IGI 2025 permanece quase inalterado, com Suíça, Suécia e Estados Unidos liderando. A China entra no grupo pela primeira vez, ocupando a 10ª posição.

  1. Suíça
  2. Suécia
  3. Estados Unidos
  4. Coreia do Sul
  5. Singapura
  6. Reino Unido
  7. Finlândia
  8. Holanda
  9. Dinamarca
  10. China

Segundo a OMPI, apesar de investimentos em inovação positivos em 2024, o crescimento está em um nível historicamente baixo. A recuperação após a recessão de 2023 ainda é frágil, com a maioria dos investimentos abaixo da tendência de crescimento de longo prazo.

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