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Brasil busca mobilização com outros países contra execução

O Itamaraty está empenhado em mobilizar todos os esforços possíveis para evitar a aplicação da pena de morte a mais um brasileiro na Indonésia


	Itamaraty: órgão alerta que estado de saúde do brasileiro é "motivo de preocupação e inspira cuidados"
 (Getty Images)

Itamaraty: órgão alerta que estado de saúde do brasileiro é "motivo de preocupação e inspira cuidados" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 19h20.

La Paz e Brasília - Após a execução no último sábado do brasileiro Marco Archer, em Jacarta, o Itamaraty vai procurar outros países que também tenham cidadãos condenados à morte pelo governo da Indonésia na tentativa de fazer uma mobilização conjunta pela defesa da vida dessas pessoas.

Apesar das perspectivas envolvendo o surfista Rodrigo Muxfeldt Gularte serem consideradas ruins pelo governo, o Itamaraty está empenhado em mobilizar todos os esforços possíveis para evitar a aplicação da pena de morte a mais um brasileiro.

O assunto foi tratado em reunião da presidente Dilma Rousseff com o chanceler Mauro Vieira nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, antes da visita de Dilma à Bolívia.

Segundo a reportagem apurou, o governo da Holanda deverá ser procurado, já que também possui um cidadão no corredor da morte.

"O governo vai buscar uma mobilização maior, vai procurar outros países", disse uma fonte à reportagem.

O governo brasileiro continua negociando, em várias instâncias, não só a transferência de Rodrigo Gularte para um hospital psiquiátrico, como até mesmo a reversão da pena.

A Embaixada do Brasil em Jacarta pediu às autoridades indonésias que Gularte seja transferido para uma clínica especializada local.

"O Itamaraty continua a realizar as gestões junto ao governo da Indonésia, que já estavam anteriormente em curso, de modo a esgotar todas as possibilidades de comutação da pena do nacional Rodrigo Gularte permitidas pelo ordenamento jurídico da Indonésia", informou a assessoria do Itamaraty.

Para o Itamaraty, o tema tem sido tratado com a "máxima prioridade", em razão do "caráter humanitário que reveste o caso".

Além disso, o Itamaraty alerta que o estado de saúde do brasileiro é "motivo de preocupação e inspira cuidados".

"Nesse sentido, têm sido feitas visitas consulares ao brasileiro, contatos frequentes com sua família, assistência in loco para que os familiares possam visitá-lo sempre que desejarem e a legislação local permitir", destacou a pasta.

O Itamaraty ainda não recebeu informação oficial sobre a data prevista para a execução do surfista Rodrigo Gularte.

Gularte foi preso em 2004, no aeroporto de Jacarta, com seis quilos de cocaína que estavam escondidos em oito pranchas.

O surfista, que seguia para Bali, estava com dois amigos, mas assumiu a autoria do crime de tráfico internacional de drogas sozinho. Gularte perdeu todos os recursos possíveis na Justiça da Indonésia.

Como ainda não foi comunicada a data da execução de Gularte, não há, por enquanto, previsão de um novo telefonema da presidente Dilma Rousseff para o presidente da Indonésia, Joko Widodo.

Os dois conversaram por telefone na semana passada, quando Dilma fez um "apelo pessoal" em favor de Marco Archer e de Rodrigo Muxfeldt Gularte.

Após a execução de Archer, Dilma emitiu nota em que lamenta o ocorrido e considera que o episódio afetava "gravemente" as relações entre Brasil e Indonésia.

O embaixador do Brasil naquele país foi chamado para consultas, gesto forte nas relações diplomáticas, considerado um sinal de represália à execução do brasileiro.

Dentro do Palácio do Planalto causou uma péssima repercussão a declaração da ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos Maria do Rosário, que questionou o interesse pelo local onde as cinzas de Archer serão levadas no Brasil e afirmou que o brasileiro não era "herói, era traficante".

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