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Brasil beira 30 mil mortes por coronavírus, e OMS diz que pico não chegou

Ministério da Saúde registrou 29.937 mortes por coronavírus e 526.447 casos confirmados

Enterro de uma vítima do coronavírus no Rio de Janeiro; cemitério; mortes (Buda Mendes/Getty Images)

Enterro de uma vítima do coronavírus no Rio de Janeiro; cemitério; mortes (Buda Mendes/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de junho de 2020 às 07h51.

O Brasil registrou nesta segunda-feira mais 623 mortes por covid-19 e o total foi para 29.937 no país. Em números absolutos de casos, o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de contaminações. Está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 1,8 milhão, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou ontem, porém, que o País e a América Latina ainda não alcançaram o pico.

O balanço mais recente do Ministério da Saúde aponta o total de 526.447 diagnósticos da doença em todo o território nacional, sendo 12.247 novos casos confirmados em 24 horas. Há, ainda, 4.412 pessoas com sintomas relacionados ao coronavírus sob investigação, de acordo com a pasta.

O Estado de São Paulo ainda lidera em número de casos e óbitos, com 111.296 diagnósticos e 7.667 mortes. Desde ontem, prefeitos podem começar a implementar o Plano São Paulo, anunciado pela gestão João Doria (PSDB). Pelo plano, o Estado foi dividido em regiões e em fases, que vão de 1 a 5, e podem começar a implementar medidas de flexibilização e reabertura gradual das atividades econômicas a partir da classificação na fase 2. De acordo com o governo, 90% da população do Estado ainda está entre as fases 1 (restrição total, somente com funcionamento de serviços essenciais) e 2 (reabertura com restrições).

Na sequência em maior número de casos no País, o Rio tem 54.530 casos e 5.462 óbitos - e também inicia flexibilização. No Ceará, que também iniciou um processo de liberação ontem, são 50.530 infecções e 3.188 mortes. Os números chegam no momento em que outros Estados começam a discutir as medidas de flexibilização do isolamento social e reabertura de setores da economia.

A OMS informou estar atenta à situação da pandemia no Brasil e em outros países da América, como destacou o diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan. "Não acredito que tenhamos atingido o pico, e não posso prever quando ocorrerá, mas precisamos mostrar solidariedade aos países das Américas Central e do Sul, da mesma forma que fizemos com países de outras regiões. Estamos juntos e ninguém fica para trás. Se olharmos os diferentes hemisférios, cinco dos dez países com maior número de casos nas últimas 24 horas estão nas Américas: Brasil, EUA, Peru, Chile e México. É uma área bastante ampla. E os países com maior aumento são Brasil, Colômbia, Peru, México, Haiti e Argentina", disse.

Para Ryan, os países vão precisar "trabalhar muito duro" para conter a escalada da infecção. "Há outros países nas Américas com sistemas de saúde fracos. Temos bons exemplos de países que envolveram todo o governo e a sociedade. Vimos outra situação quanto à ausência e fragilidade nessa situação. Precisamos focar na resposta que esses países vão dar."

Hidroxicloroquina

A OMS anunciou ainda que deve divulgar a conclusão de seus estudos sobre a segurança da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus. O ensaio clínico com o medicamento no projeto Solidariedade (Solidarity) está suspenso desde 25 de maio, quando a entidade se sustentou em uma pesquisa externa, publicada na revista científica The Lancet, que alertou para os maiores riscos de morte em pacientes que utilizaram a droga.

De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, as novas diretrizes sobre a hidroxicloroquina se basearão nos dados da própria organização. A atualização levará em consideração as respostas ao medicamento observadas em pacientes do ensaio clínico. No Brasil, a iniciativa é coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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