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Brasil avalia mudar embaixada de Israel para Jerusalém

Mas, segundo o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, o país não deseja prejudicar sua relação com o mundo árabe

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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AFP

Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 06h33.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2019 às 06h33.

O Brasil considera transferir sua embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, mas, se isso acontecer, quer garantir que isso não prejudicará seu relacionamento com o mundo árabe, disse nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo.

Questionado em uma entrevista coletiva em Washington sobre a possível mudança da missão diplomática, o ministro disse que "é algo que está sendo considerado", pesando todas as suas consequências.

"Se tomarmos essa decisão, queremos que seja percebida, é claro, como positiva para as relações Brasil-Israel, mas também positiva, e definitivamente não negativa, para nossas relações com os vizinhos de Israel, com o mundo árabe, com o mundo muçulmano em geral", explicou Araújo.

O ministro das Relações Exteriores ressaltou que esse passo requer "tempo" e "diálogo" para ser materializado e enfatizou que o objetivo final do Brasil é contribuir para a paz e a estabilidade no Oriente Médio.

"Se essa decisão for tomada, faremos tudo o que for possível para mostrar que é algo que deve contribuir para a nossa inserção na região de maneira pacífica", acrescentou.

Araújo disse a jornalistas que discutiu a questão esta semana em Washington com seu colega turco, Mevlut Cavusoglu, depois de se reunir na quarta-feira com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.

A promessa do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de seguir os passos do presidente norte-americano, Donald Trump, e transferir a embaixada para Jerusalém gerou mensagens contraditórias.

Em novembro, após vencer a eleição, Bolsonaro anunciou a mudança da embaixada, mas, diante das objeções de aliados e de exportadores de carne para os países árabes, afirmou que "ainda não está decidido".

Depois, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, veio ao Brasil para a sua posse, Bolsonaro disse que "a decisão está tomada" e que só seria preciso decidir quando vai ser implementada.

Mas na semana passada, o vice-presidente Hamilton Mourão, na condição de presidente interino, garantiu ao embaixador da Palestina em Brasília que o Estado brasileiro, por enquanto, não está pensando em qualquer realocação da embaixada.

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