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Braga vai acionar CGU para apurar gastos irregulares do ONS

Um relatório feito pela Aneel aponta uma série de irregularidades nos gastos do orçamento do ONS por seus administradores


	Ministro de Minas e Energia: com o dinheiro da tarifa de conta de luz, gestores do órgão bancaram, por exemplo, roupas de lojas de grife
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ministro de Minas e Energia: com o dinheiro da tarifa de conta de luz, gestores do órgão bancaram, por exemplo, roupas de lojas de grife (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2016 às 17h31.

Brasília - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, vai acionar a Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar gastos irregulares feitos por administradores do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A decisão foi tomada a partir de reportagem publicada na edição impressa desta quarta-feira, 13, do jornal "O Estado de S. Paulo", que divulgou detalhes de um relatório feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No documento de 163 páginas, a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira (SFF) da agência aponta uma série de irregularidades nos gastos do orçamento do ONS por seus administradores.

Com o dinheiro da tarifa de conta de luz, gestores do órgão bancaram roupas de lojas de grife, almoços frequentes em restaurantes de luxo, lanchinhos e sucessivos abastecimento de tanques de combustível nos fins de semana, entre outras irregularidades.

"Vamos encaminhar à Controladoria-Geral da União, que é quem tem o dever de apurar todos os possíveis tipos de ilicitudes ou desvios padrão de gestão, de contabilidade ou aplicação de recurso", disse Braga ao jornal. O ministro demonstrou surpresa com as informações.

"Não tinha conhecimento disso. Agora, nós vamos adotar os procedimentos que sempre adotamos diante de circunstâncias como tais. A consultoria jurídica do ministério também adotará os procedimentos que achar necessários junto à Aneel e ao Tribunal de Contas da União, caso seja recomendável e cabível, para que tudo seja apurado e os responsáveis possam ter o direito amplo de defesa, mas que possam também responder por suas atitudes", comentou.

O Operador Nacional é uma associação civil sem fins lucrativos, mas 97% de seu orçamento é bancado pelas tarifas e apenas 3% pelas empresas do setor.

Na terça-feira, 12, o ONS foi questionado sobre cada um dos itens apontados pelo relatório da Aneel. Em resposta, declarou apenas que está avaliando os dados, para emitir sua manifestação sobre o assunto, ainda dentro do prazo.

A maioria dos problemas expostos pela Aneel, argumentou o ONS, seria "recomendação de melhorias de processo, e não de irregularidades ou punição".

A agência informou que ainda não recebeu as manifestações do ONS para dar prosseguimento ao processo, que continua em fase de análise.

A área de fiscalização da Aneel pede que R$ 9,168 milhões do orçamento do ONS seja usado para reduzir da conta de luz do consumidor.

A Aneel alegou que enfrenta "extrema dificuldade" para que "o ONS apresente efetivamente a abertura e composição dos gastos previstos nos itens relativos à rubrica 'pessoal' e 'administradores', tornando-se inviável a concreta fiscalização sobre os dispêndios apresentados e defendidos pelo Operador como necessários às suas atividades".

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