(Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de fevereiro de 2022 às 12h00.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2022 às 12h52.
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou nesta terça-feira, 15, que as reuniões do governo brasileiro com a Rússia vão desgastar o Brasil com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos Estados Unidos, em meio às tensões entre Moscou e o Ocidente.
"Não atrapalha, são coisas distintas. Conversamos com todos os países do mundo. Continuamos parceiros da Otan. Temos interesse também aqui, como todo país. O país está aberto à negociação.", afirmou o ministro a jornalistas no hotel Four Seasons, em Moscou, onde o presidente Jair Bolsonaro está hospedado.
Bolsonaro se encontra nesta quarta-feira, 16, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enquanto os ministros Braga Netto e Carlos França (Relações Exteriores) têm uma reunião com seus análogos russos.
De acordo com o chefe da Defesa, sua reunião será uma "conversa" sobre "todas as áreas que envolvem transferência de tecnologia". Ele não quis responder se haverá assinatura de acordos. "Vamos conversar", limitou-se a dizer.
Braga Netto, no entanto, foi enfático ao dizer que não tratará da tensão com a Ucrânia durante seu encontro com o ministro russo.
Tensão internacional
A viagem oficial do presidente brasileiro à Rússia acontece em um momento de tensão internacional. Existe a suspeita de que Putin possa invadir a Ucrânia para evitar a adesão do país vizinho à Otan. Os Estados Unidos prometeram uma resposta à altura se isso ocorrer. Nesta terça, Putin recebeu o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e ordenou a retirada de parte das tropas da fronteira.