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Bombeiros farão festa para comemorar 1º ano de Cabral na prisão

Um evento intitulado "Aniversário de cadeia do Sérgio Cabral" foi criado no Facebook há um mês para angariar adesões

Cabral: no dia 17, os bombeiros pretendem chegar a Benfica às 6h30, e só sair à tarde (VEJA,.com/Reprodução)

Cabral: no dia 17, os bombeiros pretendem chegar a Benfica às 6h30, e só sair à tarde (VEJA,.com/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 19h31.

Rio - Um grupo de bombeiros fará uma festa no próximo dia 17 na porta da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde está o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB), para marcar seu primeiro ano preso.

Um evento intitulado "Aniversário de cadeia do Sergio Cabral" foi criado no Facebook há um mês para angariar adesões, e cem pessoas já confirmaram virtualmente presença.

Aos convidados, pede-se levar espumante, refrigerante, taças, salgadinhos, fogos de artifício e também guardanapos para serem colocados na cabeça - a intenção dos manifestantes é fazer piada da chamada "farra do guardanapo", que reuniu Cabral e apoiadores em Paris em 2009.

Eles culpam a organização criminosa atribuída pela Procuradoria a Cabral pelas dificuldades financeiras por que passa o Estado do Rio, que atrasa salários de servidores há quase dois anos.

No próximo ato de servidores, na quarta-feira, 8, será feita no carro de som uma convocação para o "aniversário de cadeia".

No dia 17, os bombeiros pretendem chegar a Benfica às 6h30, e só sair à tarde.

"Vamos nos cotizar para comprar um bolo também. Um ano de cadeia é como um ano de um bebê, não dá para deixar passar em branco. Se ele ficar 30 anos preso, farei festa a cada ano, se eu tiver saúde", diz o subtenente Valdelei Duarte, organizador da comemoração.

No Facebook, Duarte a justifica assim: "Ele foi o verdadeiro responsável por todas as mazelas que o nosso Estado está vivenciando, uma bancarrota sem fim".

Acusado de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa, Cabral foi preso pela Polícia Federal na manhã do dia 17 de novembro de 2016, em seu apartamento, no Leblon, zona sul do Rio.

Desde então, já foi condenado a mais de 72 anos de prisão, no Rio e em Curitiba. Ele é réu em mais 13 processos.

Segundo a Procuradoria da República no Rio, o peemedebista montou um grande esquema de corrupção já a partir do início de seu mandato, em 2007, que vigorou mesmo após sua saída do governo, em 2014, a favor de seu vice e afilhado político, o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Há provas de que o esquema movimentou quase R$ 1 bilhão em propina se somados contratos públicos nas áreas de transporte, saúde e obras, entre outras.

"Estamos satisfeitos com tudo o que Cabral está passando merecidamente, por ele pagar pelo que nos fez. Cabral chamou os bombeiros de vândalos, e me excluiu da corporação em 2012 por eu ser um dos líderes do movimento SOS Bombeiros", relembra Duarte, referindo-se à ocupação do quartel-general da corporação em 2011.

À época, os bombeiros reivindicavam aumento salarial e melhores condições de trabalho e recebiam negativas de negociação por parte do governo Cabral.

No dia 27 de janeiro deste ano, quando o ex-governador fez 54 anos, o subtenente e outros bombeiros levaram bolo, fogos e espumante para a entrada do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste, onde ele estava preso então.

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu a transferência de Cabral para o presídio federal de Campo Grande (MS), que havia sido determinada pelo juiz da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.

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