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Bom Senso ataca calendário e rodada extra do Brasileiro

O movimento Bom Senso F.C. partiu para o ataque com duras críticas ao presidente da CBF, José Maria Marin, em carta aberta


	José Maria Marin: "talvez o senhor não saiba, mas não somos apenas um grupo de jogadores. Somos mais de 1.000 em prol de um futebol melhor", afirma carta
 (Rafael Ribeiro/CBF)

José Maria Marin: "talvez o senhor não saiba, mas não somos apenas um grupo de jogadores. Somos mais de 1.000 em prol de um futebol melhor", afirma carta (Rafael Ribeiro/CBF)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 13h42.

Rio de Janeiro - O movimento Bom Senso F.C. partiu para o ataque com duras críticas ao presidente da CBF, José Maria Marin, em carta aberta divulgada nesta terça-feira por causa do calendário estabelecido pela entidade para 2014, na qual dá uma "cutucada" no fato de o Campeonato Brasileiro ter ido parar nos tribunais.

"O senhor conseguiu resolver todos os problemas do calendário do dia para a noite. Foi só limitar o número de jogos dos jogadores e não dos clubes, e pronto, eis que melhoraremos a qualidade no espetáculo. Ou seja, a saída escolhida é o mesmo que encontrar um burro dentro de sua sala e pedir para trocarem o sofá, pois algo lhe parece estranho", criticou o grupo de atletas no documento, referindo-se a Marin.

Na semana passada, em texto publicado no site da CBF, a entidade divulgou que um jogador não poderá atuar em mais de sete jogos em um período de 30 dias, exceto se ele estiver envolvido nas disputas das quartas de final, semifinais e finais da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.

"Não nos diga que o senhor tem orgulho do calendário de apenas quatro meses de competição para a maioria dos clubes do Brasil. Talvez o senhor dê pulos de alegria quando vê a formula de disputa do Campeonato Paulista de 2014, que pode fazer com que um time seja campeão e rebaixado no mesmo torneio", afirma a carta do Bom Senso.


As críticas passam inclusive pelo fato da não-paralisação para os jogos da data Fifa, e pelo regulamento deste ano do futebol brasileiro, em especial ao critério de classificação para um dos torneios continentais que os clubes do país disputam.

"Desconfiamos até que o êxtase o atinja quando o senhor percebe a extraordinária estratégia de um time precisar ser desclassificado de uma competição nacional (Copa do Brasil) para se classificar para um torneio internacional (Copa Sul-Americana)", critica a nota.

Sobre as divisões inferiores do Campeonato Brasileiro, as Séries C e D, que envolvem 60 equipes por ano, o grupo sugere que sejam totalmente financiadas pela entidade.

"Caro presidente, a fonte de receita da CBF é a seleção brasileira, fruto final do futebol jogado no país. Logo, usar parte desses recursos para subsidiar as competições para as quais a confederação não consegue receita, não é caridade, é uma simples obrigação. Afinal, assim como os direitos sobre a nossa Seleção são da CBF, os deveres sobre o futebol brasileiro também devem ser".

A carta do Bom Senso F.C. ainda volta a cobrar a implantação do Fair Play Financeiro, com críticas à proposta feita pela entidade e assinada por alguns clubes, e também alfineta o fato de o Campeonato Brasileiro ter tido uma "rodada final" no STJD.

"A justiça desportiva se torna protagonista e o resultado de campo fica para trás. Sem discutir o mérito de quem está certo ou errado, a conclusão final é de que a CBF é que deveria ir para a segunda, terceira, quarta divisão", diz a nota.

O documento de hoje tem ainda uma resposta à acusação de José Maria Marin de que o Bom Senso F.C é "grupo de meia dúzia de jogadores".

"Talvez o senhor não saiba, mas não somos apenas um grupo de jogadores. Somos mais de 1.000, reunidos em apenas três meses, em prol de um futebol melhor para todos. Um grupo democrático, onde todos os envolvidos têm poder de votar, opinar e participar. Sabemos que o senhor não está acostumado com essa tal democracia e até entendemos que seja difícil se adaptar, faz pouco tempo...", ataca o texto do movimento.

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