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Bolsonaro tem irrestrita confiança em Moro, diz Secom da Presidência ao JN

"O presidente da República não se pronunciará a respeito do conteúdo de mensagens", disse Rêgo Barros

Moro e Bolsonaro: porta-voz disse que até o momento não há estratégia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Moro e Bolsonaro: porta-voz disse que até o momento não há estratégia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de junho de 2019 às 21h21.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro tem confiança irrestrita no ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, segundo a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência.

"Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro", disse Bolsonaro, segundo nota da Secom ao Jornal Nacional, da TV Globo, um dia após a divulgação de supostas mensagens mostrarem o que poderia ser uma colaboração do então juiz federal com procuradores da Lava Jato.

Pouco antes, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, respondeu a várias questões de jornalistas num briefing à imprensa sem mencionar qualquer declaração de Bolsonaro sobre Moro. O porta-voz disse apenas que o presidente deve conversar na terça-feira com o ministro para só então traçar uma linha de ação sobre o assunto.

"O presidente da República não se pronunciará a respeito do conteúdo de mensagens e aguardará o retorno do ministro Moro para conversar pessoalmente, em princípio amanhã", disse Rêgo Barros.

O site Intercept Brasil publicou no domingo reportagens que mostram suposta troca de mensagens entre Moro, então juiz federal responsável pela Lava Jato em Curitiba, e o coordenador da operação, Deltan Dallagnol. Com base no que diz serem arquivos recebidos de uma fonte anônima, o site mostra supostas conversas entre Moro e Dallagnol sobre decisões, andamento das investigações e sugestões de testemunhas.

Moro, Dallagnol e os procuradores da Lava Jato negam que tenha havido qualquer irregularidade. Em entrevista coletiva em Manaus, onde cumpria agenda, o ministro não confirmou a autenticidade das mensagens, porque, segundo ele, são coisas que, se aconteceram, aconteceram anos atrás. "Eu não tenho mais essas mensagens, eu não guardo esses registros."

Questionado qual seria a estratégia do governo no Congresso diante do caso, uma vez que a oposição anunciou obstrução das votações, o porta-voz disse que até o momento não há nenhuma.

"Como o nosso presidente não teve a oportunidade de compartilhar o conhecimento dos fatos junto ao ministro Sergio Moro, por consequência, o governo não tem nenhum planejamento de momento", disse o porta-voz.

Rêgo Barros disse que o encontro do presidente com Moro seria importante para Bolsonaro conhecer do "próprio ministro Sergio Moro a sua percepção e a partir dessa conversa traçar linhas de ação e estratégias".

No briefing, o porta-voz disse também que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que são necessários ajustes no anunciado pacto entre os Poderes e que há uma indicação de que a assinatura do mesmo, inicialmente prevista para esta segunda-feira, deve ocorrer na semana que vem.

 

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