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Celulares de Bolsonaro foram alvo de hackers, diz Ministério da Justiça

Em nota, pasta afirma que, por questão de segurança nacional, "o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República"

Moro e Bolsonaro: (Adriano Machado/Reuters)

Moro e Bolsonaro: (Adriano Machado/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 25 de julho de 2019 às 09h50.

Última atualização em 25 de julho de 2019 às 18h41.

São Paulo — O Ministério da Justiça afirmou na manhã desta quinta-feira (25) que celulares utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro também foram alvo do grupo de hackers preso na última terça-feira (23).

Em nota, a pasta afirmou que, por questão de segurança nacional, "o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República".

Bolsonaro disse que a invasão de seus celulares foi um "atentado grave contra o Brasil e suas instituições", e pediu que os envolvidos sejam duramente punidos.

"Por questão de segurança nacional, fui informado pela Polícia Federal e @JusticaGovBR de que meus celulares foram invadidos pela quadrilha presa na terça, 23. Um atentado grave contra o Brasil e suas instituições. Que sejam duramente punidos! O Brasil não é mais terra sem lei", tuitou o presidente.

Logo depois, em entrevista de Manaus, Bolsonaro disse não temer o vazamento de informações do seu celular, porque sempre tomou cuidado com as informações estratégicas.

"Sempre tomei cuidado nas informações estratégicas. Essas não são passadas por telefone. Então, não estou nem um pouco preocupado se por ventura, algo vazar do meu telefone, não vão encontrar nada que comprometa. Por exemplo, o que estamos tratando com outro Estado como a Venezuela, as questões estratégicas para o Brasil, isso é conversado pessoalmente em nosso gabinete. Perderam tempo comigo", disse.

Prisões

A PF abriu na última terça-feira (23) a Operação Spoofing e prendeu quatro suspeitos de invadir o celular do ministro da Justiça, Sergio Moro e do procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol.

Além de Moro e Dallagol, procuradores da Lava Jato no Paraná e outras autoridades foram hackeados – no mandado de buscas, há menção ao desembargador federal Abel Gomes (Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no Rio), ao juiz federal Flávio Lucas (18.ª Vara Federal do Rio) e delegados Rafael Fernandes, da PF em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas.

Na semana passada, a PF informou também que vai investigar a suposta invasão nos aparelhos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

A ação foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira. Ao decretar a prisão temporária dos investigados, o magistrado apontou para a incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal do casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira, que em dois períodos de dois meses — abril a junho de 2018 e março a maio de 2019 — movimentou R$ 627 mil com renda mensal de R$ 5.058.

“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suelen, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)”, registrou.

Os quatro presos tiveram os sigilos bancários abertos e os bens acima de R$ 10 mil, bloqueados. A Polícia Federal afirma ter identificado movimentação atípica nas contas de dois dos suspeitos: de R$ 424 mil em nome de Gustavo Henrique Elias Santos e de R$ 203 mil na conta de sua mulher, Suelen Priscila de Oliveira.

Além da quebra de sigilos, o juiz autorizou busca e apreensão de veículos, computadores, notebooks, HDs, pendrives, CDs e DVDs em endereços frequentados pelos quatro suspeito.

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