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Bolsonaro sobre recusar dinheiro para a Amazônia: “Perda da soberania”

Bolsonaro afirmou que recusou milhões de dólares para reflorestamento porque isso implicaria na perda da soberania na Amazônia

"Por que esses países em invés de dar dinheiro para nós reflorestar, não reflorestam os seus países?", questionou Bolsonaro (Carolina Antunes/PR/Flickr)

"Por que esses países em invés de dar dinheiro para nós reflorestar, não reflorestam os seus países?", questionou Bolsonaro (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 06h50.

Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 17h00.

Acompanhado do ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter recusado ajuda financeira estrangeira para a preservação ambiental, no ano passado, por temer "perda de soberania". Em live nas redes sociais nesta quinta-feira, 24, o presidente voltou a rebater críticas sobre a atuação do governo no combate à queimadas e disse que há um "jogo econômico" por trás do interesse de países e organizações internacionais quanto ao meio ambiente brasileiro.

"Tem países oferecendo alguns milhões de dólares para a gente para reflorestamento e tiveram embate comigo ano passado. Eu não aceitei isso porque a troca seria perdermos parte da soberania na região Amazônia", declarou. Em agosto do ano passado, Bolsonaro recusou ajuda financeira de países do G-7, anunciada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para combater os incêndios florestais na Amazônia.

"Agora, por que esses países em invés de dar dinheiro para nós reflorestar, não reflorestam os seus países?", questionou Bolsonaro. Na live desta quinta, Bolsonaro reforçou o seu discurso de que o Brasil "é o país que mais preserva o meio ambiente", além de destacar a matriz de energia limpa do País.

Eleições municipais

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que pode mudar de ideia de sua intenção de não se envolver nas eleições municipais e apoiar candidatos a prefeito em ao menos três cidades --São Paulo, Santos (SP) e Manaus-- se considerar que seu apoio pode influenciar no resultado da disputa.

"Assumi esse compromisso de não entrar em eleições municipais, se bem que a gente pode mudar de ideia também. Se chegar a um ponto tal e eu achar que posso influenciar nas eleições nessas três cidades, eu vou me manifestar porque eu acho que esse candidato nosso, em chegando, tem tudo para fazer um bom mandato para o bem de São Paulo, de Santos ou de Manaus", disse.

Na transmissão, Bolsonaro não revelou o nome de nenhum dos três candidatos que poderia apoiar nessas três cidades.

O presidente, no entanto, recentemente, já fez um gesto em uma de suas redes sociais em favor do deputado federal Celso Russomano, candidato do Republicanos à prefeitura de São Paulo. Após a oficialização da candidatura dele, Bolsonaro replicou um vídeo em que Russomano em que rebate críticas a fiscalizações do Ministério da Justiça a respeito do aumento do preço do arroz.

Escolas

Bolsonaro voltou defender o retorno das aulas presenciais em escolas. Ele também reafirmou que houve uma "politização" relacionada à pandemia do novo coronavírus, além de uma "pressão enorme" para manter a política de isolamento.

"As aulas têm que voltar", disse. O chefe do Executivo sugeriu que pessoas abaixo de 40 anos não sofrem tanto com os efeitos da covid-19. "Abaixo de 40 anos, a chance de pegar o vírus existe para todo mundo, mas uma quantidade, um porcentual enorme, não atinge em nada as pessoas, nem aquela gripezinha ela pega", afirmou.

Bolsonaro afirmou que há resistência para o retorno às aulas em colégios militares. "Estamos tendo problemas em colégios militares porque tem muitos professores civis, são sindicalizados, e uma pressão enorme para o continue ficando em casa. É uma politização do vírus", destacou.

O presidente também recomendou que pessoas com comorbidades e idade avançada tomem os devidos cuidados enquanto se espera uma vacina, mas criticou a política de isolamento. "É o que falava lá atrás, é tomar cuidado quem tem comorbidade, esperando uma vacina e um remédio comprovado cientificamente, mas não adianta, vai acabar pegando. E ficando em casa não resolve nada porque um dia vai ter que sair da toca, sair de casa", disse.

Em tom humorado e reforçando seu posicionamento de que o contágio pelo coronavírus é inevitável, o presidente disse ao ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, que ele também pegaria a doença eventualmente. "Não vou rogar praga não, mas você vai pegar", disse. O chefe da pasta do Meio Ambiente acompanhou Bolsonaro na live semanal.

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