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Bolsonaro se reúne amanhã com Pazuello para decidir compra de vacina russa

Empresa encarregada da fabricação do imunizante aguarda sinalização da Anvisa para dar início à produção; governo federal corre para garantir acesso às doses

Aprovação de uso emergencial da Sputnik V pode acontecer nas próximas semanas: (Sergey Pivovarov/Reuters)

Aprovação de uso emergencial da Sputnik V pode acontecer nas próximas semanas: (Sergey Pivovarov/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 11h55.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2021 às 11h56.

A corrida pela vacinação contra a Covid-19 deve ganhar novos contornos nesta sexta-feira, dia 4. O presidente Jair Bolsonaro deve se reunir amanhã com Eduardo Pazzuelo, ministro da Saúde, para deliberar sobre  a quantidade de doses da vacina Sputnik V que o governo brasileiro pretende adquirir. O imunizante será fabricado no Brasil pela União Química -- a empresa aguarda o sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início à produção.

Nesta quarta-feira, dia 3, a agência retirou a obrigatoriedade da realização no Brasil de testes da fase 3, o que deve acelerar a aprovação de pedidos de registros de uso emergencial das vacinas.

Segundo a União Química, a aprovação da Sputnik V deve acontecer nas próximas semanas caso a Anvisa não faça novos questionamentos sobre os parâmetros técnicos apresentados. "Já foi encaminhada cerca de 80% da documentação solicitada", diz Miguel Giudicissi Filho, diretor científico da empresa. "Os outros 20% serão fornecidos em no máximo uma semana".

Com a permissão para o uso da vacina batendo à porta, não foi só o governo federal que começou a correr. O Rio Grande do Sul já formalizou um pedido de compra da Sputnik V e a Bahia aguarda o recebimento de cerca de 50 milhões de doses.

Em Salvador, o governador Rui Costa (PT) ficou animado com as alterações no sistema de regras da Anvisa aprovação de imunizantes. "Valeu a pena a batalha da Bahia pela Sputnik V", escreveu em suas mídias sociais. O governo federal também formalizou a intenção de compra da vacina.

A União Química informou ter condições de produzir cerca de 8 milhões de doses por mês. Com a alta na demanda, a empresa deve priorizar os Estados que já haviam assinado o contrato de pré-compra e o governo federal. "Temos todo o interesse em fornecer vacinas para o Plano Nacional de Imunização, até por uma questão de organização das entregas e produção", diz Giudicissi Filho.

Fundada em 1936, a empresa emprega atualmente 6.349 pessoas em suas oito unidades distribuídas pelo país. A Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, e  financiada pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), da Rússia, já foi aprovada para uso emergencial na Argentina, México e Hungria, entre outros países. 

"Estamos sendo procurados por representantes de embaixadas estrangeiras em Brasília que têm interesse em aplicar a vacina em seus países", afirma Giudicissi Filho. A União Química, parceira do RDIF para a fabricação e distribuição da vacina no Brasil, deve receber 10 milhões de doses prontas do imunizante, importadas da Rússia, até março. Ao mesmo tempo, a intenção é começar a fabricar no Brasil assim que a Anvisa liberar o uso emergencial.

A vacina russa apresentou 91,6% de eficácia em um teste de fase três publicado nesta terça-feira, 2, na revista científica The Lancet. A tecnologia da Sputnik V é similar à da vacina de Oxford/AstraZeneca, contendo a chamada proteína spike do Sars-Cov-2, o vírus da família coronavírus responsável por causar a doença covid-19. Essas vacinas podem ser guardadas em temperatura de geladeira, o que facilita a distribuição.

 

 

 

 

 

 

 

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