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Bolsonaro se alinha a grupo anti-imigração da União Europeia

Presidente também afirmou compartilhar das mesmas opiniões de governos de extrema-direita do Leste Europeu

presidente Jair Bolsonaro se alinha com o grupo anti-imigração da Europa e afirma compartilhar das mesmas opiniões de governos de extrema-direita (Arnd Wiegmann/Reuters)

presidente Jair Bolsonaro se alinha com o grupo anti-imigração da Europa e afirma compartilhar das mesmas opiniões de governos de extrema-direita (Arnd Wiegmann/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 11h12.

Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 11h13.

São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro se alinha com o grupo anti-imigração da Europa e afirma compartilhar das mesmas opiniões de governos de extrema-direita do Leste Europeu. No último dia de viagem do brasileiro em Davos, ele recebeu líderes de governos que têm causado polêmica por rejeitar a entrada de estrangeiros em seus territórios.

Depois de uma reunião com o presidente brasileiro, o primeiro-ministro da República Tcheca, Andrej Babis, insistiu que ele e Bolsonaro "compartilham das mesmas ideias sobre imigração". Na Europa, Babis tem sido alvo de duros ataques por sua posição, considerada até mesmo xenófoba por parte da UE e de outros líderes.

Ele é um dos líderes do Grupo de Visegrad (V4), formado por Polônia, Hungria e Eslováquia, além da República Tcheca. O bloco tem se oposto a qualquer abertura para receber estrangeiros, inclusive refugiados sírios.

Babis avalia que o Bolsonaro é da mesma opinião e quer o brasileiro na cúpula do grupo, no segundo semestre do ano, em Praga. "Trocamos impressões sobre migração e temos a mesma opinião. No V4, em especial eu e Viktor Orbán (chefe de governo húngaro), estamos lutando na Europa contra a imigração ilegal", disse.

"Não é possível que os contrabandistas decidam quem entra na Europa. Temos a menor taxa de desemprego. Todos os que vêm à República Tcheca para trabalhar ou estudar têm uma autorização prévia para fazer isso. Todos os que chegam ilegalmente à Europa temos que recusar", insistiu.

"Não é possível dizer que agora nós vamos salvar o planeta e que todos podem vir à Europa. Temos que dizer a essas pessoas que, na maioria das vezes, vêm da África (...) temos que ajudar essas pessoas em seus respectivos países. Investir em educação e estamos fazendo isso", justificou. Segundo ele, a Europa já tem seus problemas, como o Brexit, a relação com os EUA e as sanções com a Rússia.

Para ele, portanto, o grupo e o Brasil podem cooperar "no Conselho de Segurança da ONU ou em outros fóruns, e sobre imigração".

Numa nota à imprensa, o Planalto confirmou o diálogo. "Os dois líderes concordaram em ter um maior controle sobre as regras de imigração para respeitar as particularidades de cada País". Bolsonaro "classificou sua ida a Davos essencial para mostrar ao mundo que o País está mudando".

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, também se reuniu com o brasileiro e indicou que acredita que Bolsonaro compartilhe os "mesmos valores" de seu governo. Duda é criticado duramente pela UE por violações no quase refere à separação de Poderes e criou polêmica ao passar uma lei em que passa a ser proibido dizer que houve cumplicidade da Polônia durante o Holocausto.

Segundo ele, há um interesse por parte de Varsóvia por uma ampliação do comércio com o Brasil e um acordo para evitar bitributação. Os outros europeus também sinalizaram que querem ampliar o comércio com o País, em especial no setor de defesa.

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