Agência de notícias
Publicado em 29 de junho de 2025 às 16h15.
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reúnem na Avenida Paulista, na tarde deste domingo, para um ato organizado pelo pastor Silas Malafaia com o lema "Justiça Já". Bolsonaro discursa neste momento.
Mais cedo, os discursos de aliados do presidente no ato variaram entre a defesa de uma anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e as críticas ao processo sobre a trama golpista em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que mira Bolsonaro e aliados.
Quatro governadores estiveram presentes no ato: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema
(Novo), de Minas Gerais, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina.
A certa altura, quando um aliado falava em inglês, Bolsonaro brincou com o desempenho do discurso anterior e encerrou expressando um "Make Brazil Great Again" (Faça o Brasil grande novo), uma referência ao lema de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, disse que o pai sofre uma "inquisição" para que ele tenha a "cabeça posta numa bandeja".
— A balança da Justiça está pedindo para um lado, com perseguição, injustiça, ataques a prerrogativas parlamentares e à liberdade de expressão, em alta velocidade, para condenar alvos pré-escolhidos —disse.
Nos discursos com ares de comício eleitoral, lideranças do PL falaram abertamente em derrotar o presidente Lula em 2026 e eleger candidatos de direita ao Senado para enfrentar o STF.
— Eles querem perseguir candidatos a senador da direita com chances de ganhar — alegou o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
— Se colocarmos ele sozinho la, o que ele vai fazer? A nossa responsabilidade é eleger 46 senadores de direita — disse o senador Magno Malta (PL-ES).
O evento ofereceu palanque para alguns desses possíveis postulantes, como os deputados Zucco (PL-RS) e Marco Feliciano (PL-SP). Gustavo Gayer (PL-GO), junto com o pastor Silas Malafaia, foi quem mais atacou o STF, ao levar gravações de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia. O público respondeu com gritos de "comunista" e xingamentos direcionados aos magistrados.
Tarcísio também aproveitou o momento para ensaiar uma plataforma para 2026. Ele declarou que "o Brasil não aguenta mais o PT" e que Lula jogou as políticas de Bolsonaro "na lata do lixo" em menos de três anos. Ele evitou críticas ao Supremo.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, fez um rápido comentário, gritou "volta, Bolsonaro" no palco e citou quatro governadores presentes, dois deles com possibilidade de disputarem a presidência. A reação de Bolsonaro foi morna, enquanto Tarcísio deu um abraço e Zema apertou a mão do cacique partidário.