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Bolsonaro retoma presidência de Mourão, o vice com algo a dizer

Presidente passará a despachar num gabinete improvisado no hospital Albert Einstein, onde foi submetido a cirurgia nesta segunda-feira

Bolsonaro no hospital: Os médicos ainda orientam que as visitas ao presidente sejam restritas (Jair Bolsonaro/Twitter/Divulgação)

Bolsonaro no hospital: Os médicos ainda orientam que as visitas ao presidente sejam restritas (Jair Bolsonaro/Twitter/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 00h57.

Última atualização em 30 de janeiro de 2019 às 06h26.

O presidente Jair Bolsonaro tem previsão de volta aos trabalhos nesta quarta-feira, conforme informação do porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros. Passadas 48 horas da cirurgia realizada na segunda-feira, no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, Bolsonaro tem uma recuperação “bastante razoável” e passará a despachar num gabinete improvisado no hospital.

Hamilton Mourão deixa, assim, a presidência interina. Em sua segunda passagem pelo cargo, voltou a provocar polêmica, ao afirmar que o governo estudava um caminho para destituir a diretoria da mineradora Vale — prerrogativa que não lhe cabe, de acordo com o estatuto da empresa. Mourão ainda provocou a revolta de alas bolsonaristas ao se encontrar em Brasília com o presidente da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafi, que defendeu que o Brasil desista da ideia de mudar a embaixada em Israel para Jerusalém.

Para fechar os episódios marcantes de suas 48 horas no cargo, Mourão ainda afirmou que é uma “questão humanitária” a liberação do ex-presidente Lula para comparecer ao velório de seu irmão, morto nesta terça-feira. O pedido, feito pelos advogados do ex-presidente, foi indeferido pela Polícia Federal por “indisponibilidade de transporte aéreo em tempo hábil”. O sepultamento está previsto para a manhã desta quarta, em São Bernardo do Campo.

Na semana passada, com Bolsonaro no Fórum de Davos, Mourão defendeu o aumento do tempo de contribuição dos militares para 35 anos — passo que, segundo o governo, ficará para um segundo momento da reforma.

Mesmo em recuperação, e ainda sem alimentação, Bolsonaro deve ter uma agenda intensa. A tragédia da Vale, a reforma da Previdência e a posse dos deputados e senadores eleitos, prevista para sexta-feira, devem ser os temas que concentrarão a agenda do presidente. O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deve vir a São Paulo na quinta-feira, segundo a Folha, para definir com Bolsonaro a mensagem do governo a ser lida na abertura dos trabalhos do legislativo. O presidente só deve retornar a Brasília em 10 dias.

Ainda não há previsão de quando Mourão assumirá a presidência interina novamente. A primeira visita oficial de Bolsonaro, segundo seus assessores, será ao Chile. Será uma nova oportunidade para ouvir o que Mourão tem a dizer.

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