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Lava-Jato mirou Gilmar Mendes; Bolsonaro retalia jornais; Petrobras rompe contrato com presidente da OAB

Gilmar Mendes: segundo diálogos publicados pelo jornal El País, com o The Intercept, Dallagnol fechou o cerco contra o ministro do STF (Adriano Machado/Reuters)

Gilmar Mendes: segundo diálogos publicados pelo jornal El País, com o The Intercept, Dallagnol fechou o cerco contra o ministro do STF (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 07h20.

Última atualização em 7 de agosto de 2019 às 07h39.

Bolsonaro retalia jornais

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa brasileira nesta terça-feira. O presidente anunciou que assinou uma Medida Provisória que desobriga as empresas de capital aberto a publicar seus balanços financeiros em jornais impressos, o que ainda era uma grande fonte de receita para alguns veículos. Bolsonaro disse que a decisão foi uma resposta dele a parte dos ataques que diz ter sofrido da imprensa e, em especial, do jornal Valor Econômico, do Grupo Globo. Como é focado em economia e negócios, o Valor recebe um volume maior de balanços das empresas. “No dia de ontem eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou, assinei uma medida provisória fazendo com que os empresários que gastavam milhões de reais para publicar obrigatoriamente, por força de lei, seus balancetes nos jornais, agora podem fazê-lo no Diário Oficial da União a custo zero”, disse o presidente em Itapira (SP), onde inaugurou uma fábrica farmoquímica.

Lava-Jato planejou investigar Gilmar Mendes

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de tentativa de investigação pelo procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba no começo deste ano, segundo novas conversas reveladas nesta terça-feira, 06, pelo jornal El País em parceria com o site The Intercept Brasil. De acordo com as mensagens, o objetivo dos procuradores era pedir a suspeição e até seu impeachment. A ofensiva foi liderada pelo procurador Deltan Dallagnol, que planejou acionar investigadores na Suíça para tentar reunir munição contra o ministro. Os diálogos começaram após um comentário de Dellagnol sobre “um boato” vindo da força-tarefa de São Paulo, de que parte do dinheiro mantido em contas no exterior por Paulo Preto, operador financeiro do PSDB preso em fevereiro, pertenceria a Mendes. Os outros procuradores discutiram as possibilidades ao mesmo tempo em que alertavam Dellagnol sobre os riscos e a necessidade de repassar a possível investigação à Procuradoria-Geral da República. De acordo com a Constituição Federal, ministros do STF só podem ser investigados com autorização de seus pares, a não ser que apareçam em uma investigação já em curso.

Inpe irá antecipar dados sobre desmatamento ao governo, diz novo diretor

Indicado nesta segunda-feira como diretor interino do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o coronel da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião disse a revista VEJA que entende como “muito natural” que o presidente da República e o ministério da Ciência e Tecnologia sejam informados sobre dados do Inpe a respeito do desmatamento antes da divulgação oficial. Damião ficará à frente do Inpe até setembro de 2020, quando terminaria o mandato de seu antecessor, o físico Ricardo Galvão. O novo chefe do Inpe disse que o acesso prévio de dados pelo governo  “é natural, porque quando você está fazendo uma pesquisa cujo resultado pode interferir em relações internacionais, econômicas, é no mínimo legítimo que a cadeia de comando, o ministro, e, por consequência, o presidente, sejam avisados do que vai constar do discurso e das conversações sobre o tema”, disse Darcton Damião.

MPF barra procurador indicado por Bolsonaro para comissão sobre a ditadura

O Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF) rejeitou, em sessão nesta terça-feira, 6, o nome do procurador Ailton Benedito para integrar a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Conhecido por suas posições à direita, ele havia sido indicado pelo presidente Jair Bolsonaro numa tentativa de mudar a cara do órgão, considerado pelo governo de viés contrário ao período da ditadura militar. Benedito assumiria o lugar do procurador Ivan Marx, mas o seu nome foi rejeitado por 6 votos a 4, inclusive com o voto contrário da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ativo nas redes sociais, Benedito ficou conhecido por atacar o PT, os perseguidos pela ditadura, as políticas de direitos humanos e de gênero e por dizer que o nazismo que era um movimento ideológico de esquerda, tese que é rechaçada até pelo Museu do Holocausto, em Israel.

Pontes: privatização dos Correios não está em andamento 

Enquanto o presidente da República Jair Bolsonaro disse que a privatização dos Correios está em seus planos, nesta terça-feira, 6, o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, afirmou que a desestatização da empresa ainda não está em andamento. Pontes e o presidente da estatal, general Floriano Peixoto, participavam de uma audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara, com a plateia formada principalmente por trabalhadores da empresa pública. “Não existe nenhum procedimento de desestatização ou privatização para nos preocupar neste momento”, disse Pontes. Segundo o ministro, o que está determinado é “trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis, para que a empresa cresça”, afirmou.

Petrobras rompe contrato com presidente da OAB

O advogado Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), disse ter sido comunicado pela Petrobras nesta terça-feira, 6, de que a estatal decidiu romper um contrato com seu escritório. A petrolífera não confirmou a informação e afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso. O presidente da OAB classificou a iniciativa como “perseguição política” e informou que vai ingressar com uma ação de reparação de danos contra a Petrobras. Se confirmado, o rompimento do contrato ocorre oito dias depois que o presidente Jair Bolsonaro iniciou ofensiva contra Santa Cruz.

Grupo de Lima: Brasil e EUA se aliam contra Maduro

Na véspera do encontro de chanceleres e representantes de quase 60 países para tratar da solução para a crise na Venezuela, nesta terça-feira, 6, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, encontraram-se com o objetivo de traçar um plano de ajuda externa para dar sustentação ao governo venezuelano assim que caia o regime de Nicolás Maduro. Em curto prazo, porém, ambos os países insistem na necessidade de aliciar mais nações na campanha anti-Maduro. A Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela foi convocada pelo Grupo de Lima e teve início nesta terça-feira com um apelo do Peru para redobrar os esforços pela saída de Maduro. “Convido-os a renovar nosso total apoio ao presidente Juan Guaidó”, disse o ministro do Exterior peruano, Néstor Popolizio, ao referir-se ao líder oposicionista venezuelano.

Hong Kong: ‘Quem brinca com fogo morre queimado’

A China fez nesta terça-feira, 6, a advertência mais dura até agora aos manifestantes de Hong Kong, que desafiam há dois meses o regime comunista, e afirmou que não devem subestimar o “imenso poder” do governo central de Pequim. “Deve ficar muito claro para o pequeno grupo de criminosos violentos e sem escrúpulos: quem brinca com fogo morre queimado”, afirmou Yang Guang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau. Um dia depois de uma jornada de caos na megalópole do sul da China, com uma greve geral e perturbações nos meios de transporte que acabou com 148 detidos, o governo de Pequim elevou o tom com a esperança de convencer os manifestantes pró-democracia a voltar para casa. Quase ao mesmo tempo, os manifestantes falaram pela primeira vez à imprensa em Hong Kong. “Pedimos ao governo que devolva o poder ao povo e responda aos pedidos dos cidadãos de Hong Kong”, declararam. Os protestos começaram, em junho, contra um projeto de lei que permitiria a extradição de habitantes de Hong Kong para a China. O projeto foi suspenso, mas os manifestantes exigem a retirada definitiva do texto e a renúncia da chefe do Executivo local, Carrie Lam.

Bolsonaro ironiza encontro com Merkel e Macron

Em evento do setor automotivo em São Paulo nesta terça-feira, 6, o presidente Jair Bolsonaro zombou dos pedidos por melhor gestão ambiental feitos pelo presidente francês Emmanuel Macron e pela chanceler alemã Angela Merkel. “Não posso me comprometer com palavrão, mas dá para usar: [Agora] tem presidente da República, poxa!”, afirmou Bolsonaro, tirando risos da plateia. O presidente disse que têm sido divulgados “dados imprecisos” sobre o desmatamento da Amazônia. Ele também comentou que 60% do território de Roraima “está inviabilizado” por reservas indígenas. Na sequência, ironizou: “imagina o prazer que eu tive de conversar com Macron e Angela Merkel”. Bolsonaro se encontrou com os europeus na cúpula do G20, realizada em junho no Japão. Macron afirmou na ocasião que condicionaria sua assinatura ao acordo entre União Europeia e Mercosul somente se o Brasil não deixasse o acordo de Paris. Já Merkel, antes da cúpula, pediu para conversar com o presidente brasileiro sobre desmatamento.

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