Bolsonaro veta nova Lei Aldir Blanc, que previa R$ 3 bilhões para setor cultural (Alan Santos/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de maio de 2022 às 16h32.
Última atualização em 24 de maio de 2022 às 16h40.
O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira, 24, o ex-senador americano Christopher Dodd. Visto por jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto, ele foi enviado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para convidar o chefe do Executivo para a IX Cúpula das Américas, marcada para ocorrer em Los Angeles entre os dias 6 e 10 de junho.
Como mostrou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em 18 de maio, os EUA têm ampliado os esforços junto ao governo brasileiro para convencer Bolsonaro a participar da cúpula. Até o momento, contudo, o presidente resiste a comparecer ao evento promovido por Biden, com quem coleciona trocas de farpas, sobretudo quando o assunto é preservação do meio ambiente.
A recepção a Dodd, também responsável por convencer o presidente do México, López Obrador, a comparecer à Cúpula, não constou da agenda oficial de Bolsonaro. Segundo apurou a reportagem, foi o próprio governo quem pediu reserva sobre o encontro, ainda que a legislação oriente a publicidade das rotinas do presidente. A agenda com o americano também com a participação do ministro de Relações Exteriores, Carlos França, e do encarregado de negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff.
A principal resistência de Bolsonaro ao encontro multilateral, dizem fontes do governo, é o seu foco em questões nacionais — incluindo sua campanha à reeleição. O presidente não vê sentido em sair do país por quatro dias para encontrar Biden, de quem é distante politicamente. Bolsonaro apoiou publicamente a reeleição do ex-presidente americano Donald Trump, derrotado nas urnas.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou em 4 de maio a presença da delegação brasileira em Los Angeles, sem citar Bolsonaro. A Cúpula, a primeira sediada nos Estados Unidos desde o encontro inaugural em 1994, deve discutir temas como democracia, direitos humanos e preservação do meio ambiente, calcanhar de aquiles para o presidente brasileiro, criticado internacionalmente pela devastação da Floresta Amazônica.
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