Brasil

Bolsonaro recebe assessor de Trump com continência e Danoninho

Bolsonaro é um grande admirador de Trump e não esconde intenção de conduzir uma mudança drástica na diplomacia brasileira, voltando-se para Washington

Café da manhã: este foi o primeiro encontro de alto escalão entre os Estados Unidos e o presidente eleito (Assessoria/Divulgação)

Café da manhã: este foi o primeiro encontro de alto escalão entre os Estados Unidos e o presidente eleito (Assessoria/Divulgação)

A

AFP

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 13h54.

Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 14h55.

O conselheiro para a Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, reuniu-se na manhã desta quinta-feira no Rio de Janeiro com Jair Bolsonaro, no primeiro encontro de alto escalão entre os Estados Unidos e o presidente eleito.

Bolton, que chegou em um comboio às 7h, reuniu-se durante uma hora com Bolsonaro, que tomará posse em janeiro. O brasileiro recebeu seu convidado com uma continência. Para o café da manhã, como é possível ver na foto, o menu incluiu Danoninho.

Participaram da reunião representantes do futuro governo de Bolsonaro, como o próximo ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, seu chefe de Gabinete para a Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, o ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva.

Bolton deixou a residência do presidente eleito sem fazer comentários à imprensa, mas uma hora depois divulgou no Twitter fotos e chamou a reunião de "produtiva".

"Desfrutei uma ampla e produtiva discussão com o presidente eleito do Brasil Bolsonaro e sua equipe de segurança", escreveu. "Informei um convite do presidente Trump e Jair Bolsonaro para visitar os Estados Unidos. Esperamos uma dinâmica aliança com o Brasil", acrescentou.

Bolsonaro também divulgou no Twitter uma foto do encontro e também chamou de "muito produtiva e grata" a reunião.

O encontro aconteceu enquanto as duas partes esperam uma aproximação entre ambos os países com base numa verdadeira proximidade ideológica.

Na terça-feira, John Bolton lembrou que "o presidente (Donald) Trump foi o primeiro líder estrangeiro a parabenizar o presidente eleito" após sua vitória eleitoral em 28 de outubro, citando um "telefonema notável".

Ele também falou de uma "oportunidade histórica para o Brasil e os Estados Unidos de trabalhar juntos em várias questões, econômica e segurança", em particular. Trump ressaltou ainda a questão militar no Twitter.

"Vou (ao Rio de Janeiro) para realmente preparar o terreno", declarou Bolton na terça. "Estou ansioso para ouvir quais são as prioridades do presidente eleito, tentar passar para ele as visões do presidente Trump" para que "quando o presidente eleito assumir em 1º de janeiro, os dois líderes possam ter um bom começo".

Jair Bolsonaro é um grande admirador de Donald Trump e não esconde sua intenção de conduzir uma mudança drástica na diplomacia brasileira, voltando-se para Washington.

Ele parece seguir os passos do americano, anunciando, por exemplo, sua intenção de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, antes de hesitar. Também acusou a China de estar "comprando" o país.

O Brasil indica que poderá ser um aliado regional de peso para Washington em sua vontade de isolar regimes como o de Cuba, Venezuela e Nicarágua, sobre o qual Bolton não escondeu que os Estados Unidos desejam a queda.

Donald Trump é esperado em Buenos Aires para a cúpula do G20 que começa sexta-feira.

Eduardo Bolsonaro, filho do futuro presidente, está atualmente nos Estados Unidos estabelecendo contatos, apesar de não ter qualquer função oficial dentro do governo.

Ele encontrou na terça-feira Jared Kushner, conselheiro e genro de Donald Trump, e vários membros influentes do Congresso americano.

Também se reuniu mais uma vez com Steve Bannon, ex-braço-direito de Donald Trump e importante voz da direita ultraconservadora do país.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Jair BolsonaroMinistério das Relações Exteriores

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas