ICMS: Imposto é o maior peso sobre preço do combustível e varia de 25% a 34% do valor, de acordo com o estado (Sergio Moraes/Reuters)
Juliana Elias
Publicado em 2 de fevereiro de 2020 às 18h47.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2020 às 12h26.
São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro informou neste domingo (2) que pretende apresentar ao Congresso um projeto de lei para alterar a cobrança de ICMS dos combustíveis e estimular a redução dos preços cobrados dos consumidores nas bombas.
O anúncio foi feito no final da tarde por meio de postagens em sua conta no Twitter. De acordo com Bolsonaro, a ideia é fazer com que os cortes de preços da gasolina e do diesel feitos nas refinarias, pela Petrobras, cheguem de maneira mais efetiva e imediata para os consumidores, nos postos.
"Pela 3a vez consecutiva baixamos os preços da gasolina e diesel nas refinarias, mas os preços não diminuem nos postos, por quê?", escreveu. "Porque os governadores cobram, em média 30% de ICMS, sobre o valor médio cobrado nas bombas dos postos e atualizam apenas de 15 em 15 dias, prejudicando o consumidor."
"O que o presidente da República pode fazer, para diminuir então o preço do diesel/gasolina para o consumidor?", continuou. "Mudar a legislação por Lei Complementar de modo que o ICMS seja um valor fixo por litro, e não mais pela média dos postos (além de outras medidas)."
Hoje, o ICMS é cobrado como uma porcentagem sobre o preço do litro do combustível, o que faz com que sua arrecadação fique maior ou menor conforme o preço da gasolina ou do diesel sobem e descem.
Essa taxa é definida pelos governos estaduais e varia de estado para estado - atualmente, ela vai de 25% a 34%, o que faz do ICMS um dos principais componentes do preço total que o consumidor paga por litro para abastecer o carro.
Outros impostos que incidem sobre os combustíveis, como a Cide e o PIS/Cofins, são exemplos de cobranças feitas por valor fixo, e não por uma porcentagem - no litro da gasolina, por exemplo, são cobrados 10 centavos de Cide e 79 centavos de Pis/Cofins, de acordo com a Fecombustíveis, associação que reúne as redes de postos de gasolina. Ambos são impostos federais e o valor é definido por lei.
Bolsonaro informou que "encaminhará proposta ao Legislativo e lutará pela sua aprovação”. Também disse que o projeto deve conter "outras medidas", mas não deu mais detalhes.
1. “- Pela 3a vez consecutiva baixamos os preços da gasolina e diesel nas refinarias, mas os preços não diminuem nos postos, por que?
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 2, 2020
3. - Como regra, os governadores não admitem perder receita, mesmo que o preço do litro nas refinarias caia para R$ 0,50 o litro.
- O que o presidente da República pode fazer, para diminuir então o preço do diesel/gasolina para o consumidor?
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 2, 2020
5. - O Presidente da República encaminhará proposta ao Legislativo e lutará pela sua aprovação.”
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 2, 2020