Marcos-Pontes (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 10h15.
Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 11h58.
Diante do crescimento das críticas ao governo por causa da falta de vacinas contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro determinou à sua equipe que consiga matéria-prima para imunizantes onde for possível comprar. Vice-líder do governo no Congresso, o senador Jorginho Mello (PL-SC) disse que Bolsonaro escalou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, para desenvolver uma "vacina brasileira".
"O presidente está preocupado em imunizar a população para que todos retomem as atividades de trabalho. Está negociando com a China", disse Mello, que conversou com Bolsonaro nesta quarta-feira, 20, à tarde. O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dependem do envio de insumos chineses - Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) - para produção dos imunizantes no Brasil. O Brasil iniciou a vacinação no domingo, 17, mas, sem matéria-prima necessária para fabricar mais doses, a previsão é de que a campanha seja interrompida após a primeira leva.
Bolsonaro se reuniu na manhã desta quarta-feira com os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura), Fábio Faria (Comunicações) e Augusto Heleno (Segurança Institucional) e cobrou medidas para solucionar o atraso na importação de insumos da China e vacinas da Índia.
À tarde, Pazuello, Tereza Cristina e Fábio Faria fizeram uma conferência telefônica com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. De acordo com a embaixada, o objetivo era discutir "a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os dois países".
Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter informações de que não havia diálogo entre o governo brasileiro e a embaixada. Em clara resposta a Maia, o Palácio do Planalto, por meio de nota oficial, afirmou que o governo federal "é o único interlocutor oficial com o governo chinês".