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Bolsonaro presta depoimento à PF e nega interferência política

Presidente foi ouvido em inquérito aberto após a demissão do então ministro da Justiça Sergio Moro

Presidente Jair Bolsonaro. (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Presidente Jair Bolsonaro. (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de novembro de 2021 às 12h46.

Última atualização em 4 de novembro de 2021 às 12h47.

O presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento na noite de quarta-feira à Polícia Federal e negou ter interferido politicamente na corporação. Bolsonaro alegou que demitiu o diretor-geral Maurício Valeixo por falta de interlocução com ele e que a troca de comando da PF não foi por interferência política. O depoimento ocorreu no Palácio do Planalto.

Ao ser questionado sobre os motivos pelos quais pediu a Moro que trocasse o então diretor-geral da PF, Bolsonaro respondeu que fez a solicitação " em razão da falta de interlocução que havia entre o Presidente da República e o Diretor da Polícia Federal".

O inquérito tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e foi aberto em abril de 2020 após acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

A abertura do inquérito foi autorizada em abril de 2020 pelo ministro Celso de Mello. O magistrado entendeu que os crimes supostamente praticados por Bolsonaro, conforme narrado por Moro, podem ser conexos ao exercício do mandato presidencial. O então relator também entendeu que o depoimento de Bolsonaro deveria ser realizado presencialmente.

No início de outubro, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o inquérito por mais 90 dias. A ampliação do prazo, que ocorreu pela quarta vez, permitiu a Moraes continuar as diligências do caso.

No último dia 7, o ministro determinou que a Polícia Federal tomasse o depoimento do presidente em um prazo de até 30 dias. A ordem de Moraes foi proferida um dia depois que a defesa do presidente protocolou um pedido ao Supremo concordando com prestar depoimento pessoalmente. A Corte julgaria se Bolsonaro deveria ser ouvido por escrito ou pessoalmente, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) se antecipou ao julgamento e apresentou o pedido horas antes.

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