Brasil

Bolsonaro pode pegar mais anos de inelegibilidade? TCU avalia condenação ex-presidente no TSE

Pedido do Ministério Público busca apurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente

A representação aguarda o recebimento pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, para dar continuidade ao processo (Jair Bolsonaro/ Facebook/Reprodução)

A representação aguarda o recebimento pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, para dar continuidade ao processo (Jair Bolsonaro/ Facebook/Reprodução)

Publicado em 3 de julho de 2023 às 15h41.

Última atualização em 3 de julho de 2023 às 15h46.

O Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), recebeu uma representação que visa investigar a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro relacionada ao abuso de poder político e ao uso indevido dos meios de comunicação. Essa ação surge após a decisão que tornou Bolsonaro inelegível por oito anos, na última sexta-feira, ampliando a possibilidade de sua exclusão do cenário eleitoral por um período ainda maior.

No pedido enviado à Corte nesta segunda-feira, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado requer a apuração do possível "dano ao erário decorrente do abuso de poder político e do uso indevido dos meios de comunicação, especialmente por meio de canal público, por parte do ex-Presidente da República Jair Bolsonaro, no contexto da decisão tomada pelo TSE quanto à inelegibilidade".

Inelegibilidade

Caso o TCU emita uma decisão sobre o assunto, os oito anos de inelegibilidade começarão a ser contados a partir do trânsito em julgado, o que poderia estender a inelegibilidade além de 2031. Já a pena imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá início em 2 de outubro de 2022 e se estenderá até outubro de 2030, o que ainda permitiria a possibilidade de o ex-presidente concorrer às eleições.

Conforme destacado na representação, há indícios de "uso da máquina pública com desvio de finalidade", tanto pela disseminação de informações inverídicas sobre o sistema eleitoral brasileiro quanto pelo fato de Bolsonaro buscar benefícios pessoais através do alcance das transmissões realizadas por canais oficiais.

O próprio TSE, como divulgado em seu portal, comunicou a decisão ao Tribunal de Contas da União devido ao possível uso de bens e recursos públicos em eventos que caracterizaram desvio de finalidade eleitoral. Portanto, é essencial que o TCU conduza a devida investigação sobre o dano ao erário decorrente do uso da estrutura da EBC, conforme expresso pelo representante do Ministério Público.

Irregularidades de Bolsonaro

De acordo com a avaliação de Furtado, as irregularidades ocorridas durante a reunião já foram caracterizadas e registradas nos votos dos Ministros do TSE que embasaram a decisão unânime do Pleno. A representação aguarda o recebimento pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, para dar continuidade ao processo.

No voto em que defendeu a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, determinou o compartilhamento do processo sobre o ex-presidente com o Ministério Público Federal, a fim de investigar eventuais crimes cometidos, além de encaminhá-lo ao TCU.

O ex-chefe do Executivo está respondendo a um processo eleitoral no qual foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em virtude de uma reunião com representantes diplomáticos realizada no Palácio da Alvorada, na qual propagou ataques e informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroTCUTSE

Mais de Brasil

Justiça suspende concessão de escolas do governo de SP

Parlamento da Venezuela pedirá que Celso Amorim seja declarado 'persona non grata'

Bolsonaro se reúne com senadores do PL para selar apoio a Alcolumbre para a sucessão