A perda de votos de Bolsonaro também foi mais sentida entre os brancos (de 60% para 56%), pessoas de 45 a 54 anos (de 52% para 46%) e com formação até o ensino médio (de 56% para 52%) (Adriano Machado/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 24 de outubro de 2018 às 11h52.
São Paulo - Na reta final da campanha eleitoral, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro pode estar perdendo a confiança de um eleitorado que lhe era fiel até então, os evangélicos.
Na pesquisa de intenção de voto divulgada nesta terça-feira, 23, pelo Ibope mostra que ele perdeu sete pontos percentuais na preferência desse público no comparativo com o levantamento anterior.
Bolsonaro passou de 66% nas intenções de voto dos evangélicos na pesquisa do dia 15 de outubro, para 59%. Enquanto isso, o seu adversário, Fernando Haddad, do PT, ganhou três pontos percentuais, saindo de 24% para 27% no último levantamento.
A porcentagem de brancos e nulos neste segmento passou de 7% para 10% e a dos que não sabem ou não responderam foi de 2% para 4%.
Entre os católicos, tanto Bolsonaro quanto Haddad perderam um ponto percentual de uma pesquisa para outra: de 48% para 47% e de 42% para 41%, respectivamente. Brancos e nulos passaram de 8% para 9% e o grupo dos que não sabem ou não responderam de 2% para 3%.
Entre os eleitores de outras religiões, Haddad perdeu dois pontos percentuais, passando de 40% para 38% de uma pesquisa para outra.
Já Bolsonaro ganhou um ponto percentual neste grupo no período, indo de 44% para 45%. Brancos e nulos passaram de 13% para 15% e o grupo dos que não sabem ou não responderam de 2% para 3%.
No público geral, Bolsonaro passou de 51% para 50%, enquanto Haddad se manteve com 37%. Nos votos válidos, o candidato do PSL foi de 59% para 57% e o petista de 41% para 43%. Ou seja, a diferença entre os dois caiu de dezoito para catorze pontos.
A perda de votos de Bolsonaro também foi mais sentida entre os brancos (de 60% para 56%), pessoas de 45 a 54 anos (de 52% para 46%), com formação até o ensino médio (de 56% para 52%), com renda de dois a cinco salários mínimos (de 62% para 57%), no Norte e Centro-Oeste (de 59% para 55%) e no Sudeste (de 58% para 54%).
O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 208 municípios entre os dias 21 e 23 de outubro. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.