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Bolsonaro pedirá uso emergencial para spray nasal de Israel contra covid-19

Bolsonaro já havia citado possibilidade de importar a droga, chamada EXO-CD24, na última quinta-feira (11), após conversa por telefone com o primeiro ministro de Israel

 (Alan Santos/PR/Flickr)

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AFP

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 14h47.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2021 às 14h50.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (15) que seu governo pedirá autorização para o uso emergencial de um spray nasal contra a covid-19 desenvolvido por Israel e descrito por Benjamin Netanyahu como um tratamento "milagroso". O presidente já havia citado possibilidade de importar a droga, chamada EXO-CD24, na última quinta-feira (11), após conversa por telefone com o primeiro ministro de Israel.

"EXO-CD24 é um spray nasal desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov de Israel, com uma eficácia próxima de 100% (29/30), em casos graves, contra a Covid", tuitou Bolsonaro, dois dias depois de falar por telefone com Netanyahu, que chama o presidente brasileiro de "bom amigo".

"Brevemente será enviado à ANVISA o pedido de análise para uso emergencial do medicamento", acrescentou Bolsonaro.

O Centro Médico Ichilov anunciou há duas semanas que um de seus pesquisadores realizou um teste de Fase 1, a primeira de três fases de ensaios clínicos, com um spray nasal que desenvolveu contra os sintomas respiratórios relacionados à covid-19.

O pesquisador, Nadir Arber, informou que administrou o spray em 30 pacientes, de moderados a graves, e que 29 de 30 receberam alta hospitalar entre três e cinco dias depois. O paciente restante também acabou se recuperando, apesar de ter demorado mais.

O centro médico, no entanto, não informou se administrou placebo em um grupo de controle e ainda não publicou suas descobertas em uma revista científica revisada por seus pares.

Mas isso não impediu que Netanyahu descrevesse o EXO-CD24 como um remédio "milagroso" na semana passada.

Bolsonaro, que costuma minimizar a pandemia no segundo país com mais mortos (239.000) e critica as medidas de quarentena devido os seus efeitos econômicos, promoveu o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, tratamentos questionados pelos especialistas.

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