Brasil

Bolsonaro: nunca houve estremecimentos nas relações com China e Índia

O Brasil depende da China para a importação de matéria-prima para a produção de imunizantes, que seguem em negociação

Bolsonaro: "Eu não falo com um chefe de Estado de qualquer país do mundo e vou tagarelar junto à imprensa. Isso não existe" (Alan Santos/PR/Divulgação)

Bolsonaro: "Eu não falo com um chefe de Estado de qualquer país do mundo e vou tagarelar junto à imprensa. Isso não existe" (Alan Santos/PR/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 14h22.

Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 15h04.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 22, que "nunca houve estremecimentos" nas relações do Brasil com a Índia e China. O mandatário disse que tem mantido conversas com autoridades dos dois países, mas não entrou em detalhes sobre os assuntos tratados.

Ontem, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro já havia negado que o governo tenha problemas com a China. Em suas redes sociais, Bolsonaro também já cumprimentou membros do governo indiano envolvidos nas negociações das vacinas.

O Brasil depende da China para a importação de matéria-prima para a produção de imunizantes, que seguem em negociação. Já as tratativas com a Índia envolviam a entrega de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, que foram autorizadas ontem pelo governo indiano e devem chegar ao Brasil no fim da tarde desta sexta-feira. A previsão anterior era de que os imunizantes chegassem no domingo, 17.

"Nunca houve qualquer estremecimento nas relações entre Brasil e China e entre Brasil e Índia", disse Bolsonaro em fala à imprensa na saída do Palácio da Alvorada. Ele destacou que o país não fechou as portas para demais países, mas busca preservar sua soberania.

"A China precisa de nós e nós precisamos da China. E o mundo é assim. Jamais fechamos as portas seja qual país for. Estamos sempre prontos a atender os interesses nacionais e obviamente, preservar aquilo que temos de mais sagrado aqui que é nossa soberania", declarou.

Sob pressão pelo atraso dos imunizantes vindos da Índia e dos insumos chineses, o governo tem buscado se defender do desgaste envolvendo a imagem de sua área diplomática. "Obviamente, converso com autoridades, estive com o embaixador da Índia na semana passada. Também nosso ministro conversa com o embaixador da China entre outras autoridades, mas são conversas reservadas, lamento não poder divulgar a vocês", disse o presidente.

"Eu não falo com um chefe de Estado de qualquer país do mundo e vou tagarelar junto à imprensa. Isso não existe", acrescentou. Nesta quinta-feira, Bolsonaro fez questão de elogiar o ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, nas redes sociais. O chanceler também esteve ao lado do chefe do Executivo durante sua live semanal.

Como o Estadão revelou, Araújo foi excluído das conversas com o embaixador da China, Yang Wanming. Na quarta-feira, 20, as tratativas com o representante chinês foram lideradas pelos ministros da Saúde, Eduardo Pazuello; da Agricultura, Tereza Cristina, e das Comunicações, Fábio Faria.

Acompanhe tudo sobre:AstraZenecaChinaÍndiaItamaratyJair BolsonaroMinistério das Relações ExterioresSinovac/Coronavacvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP