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Atrito entre Bolsonaro e Marina marca debate da RedeTV!

"Defende um plebiscito para aborto e maconha e quer agora defender a mulher”, disse o candidato do PSL à rival da Rede

 (Paulo Whitaker/Reuters)

(Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2018 às 12h56.

Última atualização em 19 de agosto de 2018 às 02h02.

São Paulo - Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) protagonizaram o encontro menos amistoso do debate entre presidenciáveis televisionado na sexta-feira (17) pela Rede TV!. Num dos momentos mais agitados do bloco, Marina retomou um comentário polêmico feito pelo candidato sobre diferença salarial entre mulheres, dizendo que não se pode fazer vista grossa para o tema e que o papel do presidente é reparar injustiças.

"Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem, tendo as mesmas capacidades, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida e a última a ser promovida. Quando se é presidente da República, precisa fazer valer o artigo da Constituição que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada", disse a candidata da Rede.

Bolsonaro retrucou: "Temos aqui uma evangélica que defende um plebiscito para aborto e maconha e quer agora defender a mulher (...) eu defendo a mulher, defendo a castração química para estupradores”. O candidato disse que defende, ainda, que a "mulher de bem tenha sua própria arma se o desejar".

Quanto à questão do armamento, Marina disse ao candidato do PSL que ele acha que pode resolver tudo no grito, na violência. "A coisa que uma mãe mais quer é ver seu filho virar um cidadão de bem (...) você um dia desses pegou a mãozinha de uma criança e a ensinou como que se faz para atirar. Você sabe o que a bíblia diz sobre como ensinar uma criança?", questionou a candidata. Bolsonaro finalizou o debate sugerindo que Marina lesse o "livro de Paulo", se referindo ao livro da Bíblia, onde o apóstolo aconselha que a mulher fique em silêncio e seja submissa.

Para a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), esse “foi o ponto alto do debate”. “Ela foi muito corajosa e fez na hora certa. Soube aproveitar, não buscou um subterfúgio e foi em cima do ponto, na questão de a mulher ter hoje uma inferioridade salarial em relação ao homem. Ela foi feliz na forma como fez e de maneira respeitosa”, disse a jornalistas.

"Cola"

A foto mais acima é do momento em que o ex-capitão do Exército espiou a cola escrita a caneta em sua mão esquerda, com as palavras "pesquisa", "armas" e "Lula", antes de perguntar a Marina sobre armas de fogo. Após o programa, questionado por um jornalista sobre o recurso, o candidato se exaltou . “Qual é o problema? Você sabe o que está escrito aqui? Quer saber mais o que? A cor da minha cueca? Vá plantar batatas”, disse o presidenciável.

Bolsonaro é líder nas pesquisas eleitorais sobre intenção de votos nos cenários em que Lula não é candidato, e é conhecido por defender a revogação do Estatuto do Desarmamento, vigente desde 2003.

Veja mais detalhes sobre o debate entre oito candidatos ao Planalto.

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